Vuco-vuco e nada mais

Quem manja gente comum e entende suas limitações sabe que eles entregam sua comunzisse de vários modos: ideológicos, estéticos, religiosos, políticos, comportamentais, etc, etc, etc. E o aspecto sexual, além de ser de interesse específico deste blog, é dos mais chocantes e deprimentes, especialmente quando de trata de comuns privilegiados, pois há essa impressão generalizada de que sexo não é mais tabu e nem  algo "traumatizado" para certas classes sociais mais "descoladas", que por sua vez aparentam gostar e praticá-lo de forma livre e saudável.

Errado! Ontem eu participava de um pequeno chat casual na internet, com duas mulheres bonitas, ainda jovens, apesar de bem adultas, de bom nível sócio-econômico, viajadas, inteligentes e "pós-feminismo", ou seja, daquelas que falam de sexo sem nenhum pudor e se julgam liberadas. Mas, obviamente, são casadas e monogâmicas. Uma delas reclamava que não tinha mais tesão, depois de 15 anos de casada. Básico e previsível. E as duas pareciam não ter uma vida sexual nada ativa. O meu comentário foi o de sempre, e o esperado sobre a realidade da monogamia obrigatória e seus efeitos danosos à saúde do ser humano de classe média.

Até ai, tudo bem. Sem choque, nem espanto e nem mesmo discordância, pois eram pessoas inteligentes e sofisticadas o suficiente para entender meu ponto de vista e até concordar comigo, mesmo sem partilhar da minha atitude. O espanto mesmo veio num outro tópico na mesma comunidade, onde elas diziam com bom humor, mas falando sério, que não gostam de ser "lambidas" e nem muito tocadas durante o sexo, e que preferem ter só coito. No que eu, surpreso (sim, fiquei surpreso, mesmo com minha extensa experiência com comuns) perguntei se era isso mesmo que eu havia entendido. Só "vuco-vuco" mesmo? No que elas confirmaram.

Daí a gente pode tirar várias conclusões, todas tristes. Vou citar algumas. A maioria das mulheres já tem mesmo uma libido mais humilde, e ainda a reprimem por não dar importância a ela e a falta que ela faz. Além de não fazerem muita questão da coisa, deixam transparecer uma total falta de intimidade física com o parceiro e/ou com elas mesmas. Afinal, não gostar de ser tocado, lambido, chupado, estimulado, etc (coisa que todo animal parece gostar - especialmente os primatas) não é mera questão de gosto ou preferência, mas algo causado por outra coisa, que nada mais é do que repulsa ao sexo e/ou ao parceiro! E tal repulsa confunde, porque costuma ser inconsciente - elas pensam que gostam de sexo e que o praticam.  Mas algumas chegam mesmo a expressar tal repulsa ao parceiro, e a conclusão é a de que são casadas apenas pelas outras funções (não-sexuais) do maridão, ou por acaso, ou por mera conformidade. Fico imaginando que tristeza e vazio imensos seriam uma vida sexual além de escassa, sem sacanagem, sem chupada, sem safadeza, sem língua no cu, sem porra na boca, sem taras, toques e carícias muito longas e pervertidas, total entrega e descaramento.

Bom, tudo isso pode não ser novidade alguma para vocês. Então, aqui vai o ponto mais interessante do post: a gente sempre ouve reclamações sobre os homens muito"simprões" na cama, aqueles toscos que não têm talento, criatividade, sensibilidade ou jeito nenhum na cama, e que só sabem fazer o tal do vuco-vuco, que além de medíocre, acaba muito rápido - e nem tem como durar! Verdade. Muitos homens são assim mesmo. A "novidade" é a gente ver que muitas mulheres também são, e que algumas inclusive esperam isso e mesmo assim se acham as "transudas"! E faz sentido pois, com todos os nojinhos delas, melhor mesmo um vuco-vuco bem rápido e "higiênico". Como geralmente é o caso, tais reclamações femininas não passam de pose, ou confundem romantismo com sacanagem e sentem falta é de romantismo. E os caras que correm atrás das comuns belas e "sofisticadas" têm o maior trabalho, as mais altas despesas, e estão fadados à eterna insatisfação. A não ser que eles também sejam adeptos do vuco-vuco pá-pum, é claro...