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segunda-feira, 2 de setembro de 2013

O ocaso das ninfetas

Hoje vamos falar delas. De acordo com Nabokov, em seu clássico livro "Lolita", as ninfetas, a grosso modo, seriam aquelas garotas que desde tenra idade demonstram desejo e sedução, podendo levar alguns homens à loucura. As "minhas" ninfetas, entretanto, têm algo além disso em sua definição: são também extremamente inteligentes, sensíveis e sofisticadas. Não que as do Nabokov não tenham também todos esses dotes, mas as minhas chamam a atenção, às vezes,  primeiro por eles, o que as torna especialmente promissoras, pois, como sabemos, sem inteligência e atitude filosófica, a sedução acaba sendo algo perigoso para elas mesmas. Quem conhece essa historia e outras sabe o que eu digo.

Eu entendo tanto de ninfetas e já conheci muitas pelo fato de já ter sido professor. Embora Filosofia não fosse minha disciplina (e nem acredito em Filosofia como disciplina), eu sempre inseria oportunidades de vôos filosóficos em minhas aulas. Através delas eu podia detectar e influenciar positivamente jovens de ambos os sexos com aptidão e desejo de lidar com a realidade. Mas, obviamente, eram as meninas que me chamavam mais atenção, tanto pela graça quanto pela articulação. A empatia entre sexos opostos é sempre maior. Deixando bem claro que eu, sendo uma pessoa saudável, equilibrada, inteligente e com senso do ridículo, jamais permitia que nada chegasse nem perto de qualquer sombra que seja de impulso romântico e muito menos sexual! Mas havia sim, uma conexão e especial (e repito, 100% segura) com a "minhas" ninfetas.

Agora aqui vai a parte triste, aquela que não é surpresa mas sempre entristece, e que eu denomino "o chamado da comunzice". O sistema comum de paradigmas culturais é tão forte que destrói todo e qualquer potencial filosófico das meninas. Elas logo se tornam "mulherzinhas". Ainda intelectualmente hábeis, e com um belo futuro acadêmico e profissional pela frente (caso desejem isso e não apenas casar) mas, aquele potencial filosófico se esvai de um momento para o outro. Vira pó e se perde no ar. E isso fica marcado no momento em que elas aparecem com o primeiro namoradinho, que é aquele tosquinho com o qual elas vão desenvolver um relacionamento comum, com todas aquelas coisinhas patéticas, ridículas e doentias, que acabam levando a gente sabe onde. Digo "tosquinhos" não por implicância (e há exceções), mas apenas generalizando um pouco - pois a experiência nos mostra que os homens toscos são os que namoram as mulheres mais bonitas, desde o colégio, e para o resto da vida. Enfim, é quando elas aparecem com esse primeiro namoradinho que elas morrem para mim. Não por terem um namoradinho, mas por fazê-lo do modo comum, aceitando todos os dogmas e modelos impostos, e que seguirão pelo resto da vida, condenando-se assim ao não-pensamento. E se demonstram algum orgulho ou segurança adquirida com o batismo da comunzice, daí então a decepção (apesar de já esperada) chega a doer. A visão do desperdício é sempre cruel.

Às vezes me pego lembrando de várias delas, dos nossos belos momentos de conexão intelectual e "espiritual", e fico aqui imaginando se passa pela cabeça de alguma porque "perdemos contato" logo depois da formatura... Eu sempre as "perco" para não ficar deprimido assistindo sua decadência e a crescente cafonice via midia social. Se alguma imaginar, é porque aprendeu alguma coisa, e ainda tem em si uma semente de reflexão e análise, e alguma esperança de deixar de ser comum, algum dia. Ainda torço por elas, onde quer que estejam.


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