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sexta-feira, 29 de junho de 2012

Rebeldia sim, mas com romantismo... e até machismo!

Olhar para o universo da cultura pop é um ótimo modo de perceber o quão inescapáveis são os paradigmas sexuais da nossa cultura global. Isso porque as estrelas que enfeitam o firmamento desse mundinho seriam, em teoria, "incomuns" (embora nós saibamos muito bem que não são). No geral, há essa crença ou impressão por parte dos comuns - que obviamente a têm por não perceberem paradigmas. E as estrelas propriamente ditas também se acham especiais, pelo mesmo motivo ou limitação intelectual.

Aqui vai um caso, dentre tantos outros, que pode chocar quem espera alguma postura filosófica diferente de celebridades "rebeldes" (gente tão burra e inculta quanto o Zé da esquina). Nem é sobre nenhum casamento monogâmico da Madonna, mas sobre um artista bem mais "underground". Eu sempre gostei muito de uma ótima banda chamada "Type O Negative" (quem não conhece que pesquise). E, como não sou "fã" (esses tipinhos que se preocupam mais com os músicos do que com a música), eu nunca fico sabendo da vida deles. Mas ontem eu descobrí - depois de muito tempo - que o vocalista e líder (Peter Steele) havia morrido. Ao encontrar na internet uma entrevista dada por ele antes de morrer (claro), me deparei com mais "comunzisse" paradoxal.

Ele falava sobre uma passagem pela prisão, por ter batido selvagemente num cara que teria beliscado a bunda da namorada dele. E ele disse assim: "fiz aquilo porque ela era minha garota e eu o cara dela; nós nos pertencemos, e numa situação dessas, um homem tem que tomar atitude". Claro que isso soa lindo para qualquer comum. E eu até concordo com ele em tomar tal atitude se for pelo desrespeito, agressão ou injúria contra uma pessoa amada (qualquer uma), mas não por essa coisa de possessividade monogâmica de macho proprietário protegendo o que é seu - inclusive para manter imagem de macho (tão comum). Ainda mais vindo de um cara que literalmente vivia demais o ideal "sexo, drogas e rock n' roll"! Que  deprimente. Depois, num outro trecho, ele dizia que não levava "groupies" a sério, por elas transarem com ele e assim poderem fazer o mesmo com outros caras! Puritanismo? Machismo? Cretinice? De qualquer forma, foi mais um momento de aplausos e suspiros (femininos), é claro.

Mesmo para quem não é bôbo e não tem ilusões com comuns considerados "diferentes", não deixa de ser perturbador ver tanta negação de uma imagem de rebeldia projetada, e sem que o sujeito nem perceba o que está fazendo! Mais triste ainda para quem acreditou na canção "My girfriend's girfriend", que parecia um libelo pela liberdade sexual mas, pelo jeito, foi mais a velha estória do "minha mulher pode ter amante, mas só se for outra mulher gostosa e der para mim também". Podre, não? Bem na contramão de qualquer ideologia libertária ou igualitária, como a rebeldia geralmente se pretende. Pura imagem sem verdade. Pobre mundo este, onde mesmo quem parece ser "do contra" é, na verdade, tão escravo e tosco quanto qualquer outro. Mas, tudo bem; eu ainda adoro a banda, e gosto do cara. Este post não foi para criticá-los (mesmo porque eles nunca se declararam libertários; a profissão deles é outra), mas só mesmo para refletir sobre um "belo" paradigma comum e seu respectivo discurso - em muitos casos incoerente; e sempre aprisionado e primitivo.

Cena de "My girlfriend's girlfriend"

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