O mundo comum até admite sua existência (não tem como esconder) mas, como sempre, nos oferece uma análise amedrontada e reticente do problema, completada com dicas baratas e hipócritas sobre como administrá-lo para o bem do casamento. De acordo com os comuns, tal distúrbio é normal e ocorre apenas devido a questões superficiais como o compartilhamento de um mesmo espaço físico e modos de ser diferentes dos meninos e das meninas. Por exemplo: eles são mais porquinhos e elas mais organizadas, eles são mais relaxados e elas mais ansiosas, etc - coisas que são até verdade, mas não a principal causa de tudo; são mais sintomas do que causas.
O que então causaria tais sintomas, como briguinhas desnecessárias e fúteis, relações de poder e tensão claramente perceptíveis no comportamento de casais comuns bem formados? A resposta, crianças, é a opressão sexual. Uma causa que não pode ser revelada, discutida e nem considerada em público, por ser imoral. Explicando melhor para o leitor comum: os homens precisam de liberdade por razões biológicas e estão acostumados com ela até certa fase da vida. Por mais que eles tenham conquistado a mulher dos sonhos deles, eles precisam de mais. Não necessariamente uma grande quantidade, mas precisam "caçar", flertar, se expor ao "acaso sexual" e seus eventuais desdobramentos. Precisam estar sempre disponíveis. Obviamente, isso vai contra a moral reprimida da nossa sociedade e seus modelos de comportamento. Mas é inevitável que, a partir do momento em que os homens sejam tolhidos por um relacionamento monogâmico convencional, e percam o direito e a condição de ser eles mesmos, reações ocorram. Com a libido e o instinto oprimidos, notam-se erupções espontâneas de agressividade, insatisfação, mau humor, etc. É puro sufoco e negação.
Claro que esta é apenas a perspectiva e o "drama" masculino. Mas, e as mulheres, também não sofrem de stress conjugal? Sim, claro, mas, como sempre, por razões diversas. Outros tipos de pressão, de natureza cultural, social, ideológica, etc - e não sexual. Dou aqui mais importância às razões masculinas não por ser homem, mas por enxergar na situação uma grande injustiça: ninguém (homem ou mulher) deveria ser privado de sexo, e os homens comuns são. Os pobres são submetidos a um regime de inanição sexual em nome de uma instituição anti-natural e desnecessária (numa análise meramente lógica e humanista). A relação-casal foi sequestrada pelas mulheres, que podem impor uma escassez artificial de algo que é abundante: buceta. Isso é descaradamente imoral, mas é a nossa realidade. E aí pode surgir uma questão interessante: por que diabos uma sociedade machista permitiu esse poder às mulheres? Por uma simples razão: o que elas fazem é bom para o sistema pois, mantendo os homens subjugados, preserva-se a família, que é, em última análise, a fábrica de escravos do sistema. Temos aí um pactozinho sujo entre o sistema e as fêmeas que antes eram oprimidas. Outra questão que virá de comuns mais saidinhas: "ah, mas eu gosto de transar e nunca nego sexo". Mesmo supondo que elas não estejam mentindo, não adianta, pois, como eu já disse acima, os homens precisam de mais, e não sempre com a mesma mulher. Admitam uma realidade: ninguém é livre de coleira e nem feliz comendo um prato só para o resto da vida. Agora vamos ser justos: homens também não encoleiram? Sim, mas quem disse que eles também não são estúpidos? O fato de serem injustiçados não faz deles inocentes. São todos comuns, e comuns são toscos, independentemente do gênero.
De qualquer forma, com ou sem participação voluntária na cretinice, aos homens resta passar fome em pleno refeitório ou se tornar adúlteros e arcar com as consequências de tal delito - em tese desnecessário. E sabemos que elas podem ser várias e algumas terríveis: desde mera culpa não-assumida até outras mais graves, de natureza jurídica e etc.
Assim sendo, esses conselhinhos infantis de revista feminina para "esquentar o relacionamento" (hahaha) são pura fumaça para esconder - e muito porcamente uma realidade que ninguém quer encarar. Aulinhas de dança sensual, lingerie sexy, calcinhas comestíveis, visitinhas ao motel, livrinho de posições sexuais ousadas, segunda lua de mel... nada disso vai adiantar. Pode até deixar o pau do cara um pouquinho mais duro, mas o problema íntimo dele continua (e também o de umas poucas mulheres na mesma situação). O cara abaixar e levantar a tampa do vaso, ajudar a lavar louça, bancar jantares românticos e pagar pau em público apenas aumenta um pouquinho a disponibilidade sexual delas, mas também não resolve a longo prazo. Me desculpem pela franqueza, mas só quero ajudar. O real problema quem não tem medo da realidade já enxergou. Agora fica a escolha: resolvê-lo ou viver oprimidos para sempre.
Não temam, pois não sou o que pareço e nem o que dizem. Toda a verdade em "SOBRE MIM". Este não é um blog de putaria, mas de reflexão, iconoclastia e libertação. É meu portal de comunicação inter-dimensional com vocês, mortais. Mesmo sem pacientes ou interlocutores, me divirto aqui, enquanto escrevo e observo a deliciosa incoerência humana. Podem entrar, deitar no divã, relaxar e até gozar, se souberem como. Bula completa em "Sobre o BLOG". Siga-nos e ganhe uma deslavagem cerebral grátis!
domingo, 4 de março de 2012
2 comentários:
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Dr., o senhor acha que essa opressão sexual pode originar as chamadas "parafilias", como pedofilia, zoofilia, necrofilia...? Desconfio que conheço um pedófilo, e é o cara mais castrado que se pode imaginar. Não vive se não estiver em um relacionamento monogâmico, e faz questão de se privar até mesmo de conversas com outras fêmeas, por 'fidelidade'. É uma desconfiança, mas como se trata de uma pessoa relativamente próxima, eu fico meio perturbada com a dúvida.
ResponderExcluirCara P.,
ResponderExcluirVocê sabe que é muito arriscado dizer qualquer coisa sobre casos específicos - ainda mais sem conhecê-los pessoalmente, mas seu amigo pode sim ter alguma "patologia" e é provavelmente um hipócrita também.
No geral, podemos afirmar que sim, a opressão sexual gera todo tipo de parafilia e outras coisas que a sociedade chama de "perversão" (me refiro às que são ruins, pois os castrados também chamam muita coisa boa da mesma forma - liberdade sexual por exemplo).
Mas temos que se justos: tais distúrbios são geralmente gerados pela repressão sexual desde a infância e não aquela a que os encoleirados se condenam depois de adultos e já doentes, que pode até agravá-las, mas não chega a criá-las, via de regra. Tais patologias vêm mais da família, da cultura, da moral da sociedade. A monogamia militante no caso, pode ter dois papéis: de agravante opressora e de disfarce, pois muitos perversos se escondem em instituições "respeitáveis" como a monogamia histérica, família, igreja, etc. Por isso eu suspeito que o seu amigo além de doente é hipócrita. Alguma dia ele ainda vai escorregar, se ele é mesmo o que você desconfia.
Espero tê-la respondido a contento.
Tenha um bom dia