Não temam, pois não sou o que pareço e nem o que dizem. Toda a verdade em "SOBRE MIM". Este não é um blog de putaria, mas de reflexão, iconoclastia e libertação. É meu portal de comunicação inter-dimensional com vocês, mortais. Mesmo sem pacientes ou interlocutores, me divirto aqui, enquanto escrevo e observo a deliciosa incoerência humana. Podem entrar, deitar no divã, relaxar e até gozar, se souberem como. Bula completa em "Sobre o BLOG". Siga-nos e ganhe uma deslavagem cerebral grátis!

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

No carnaval pode...

Nada define melhor o brasileiro do que o carnaval. Não pelos clichés mitológicos da alegria espontânea, da folia descompromissada, ou da celebração democrática com rompimento de barreiras sociais. Se tais coisas já existiram algum dia, com certeza não existem mais. Na verdade, o carnaval nos define mais negativamente, por aquilo que negamos mas fazemos durante tal feriado. O nosso povo, normalmente, reprimido, dúbio, dissimulado, moralista e preconceituoso resolve vestir a máscara da liberação, da igualdade e do hedonismo despreocupado. É a apoteose da nossa hipocrisia.

Principalmente as mulheres me chocam. Sim, aqueles seres travados e calculadamente moralistas, que vão ser respeitáveis mães de família frígidas, cismam em "despirocar" e sair por aí se esfregando desesperadas nos machos suados, beijando ou mesmo fazendo "coisa pior". Se livram temporariamente do nojinho, da pose e dos paradigmas sociais. Fica até parecendo que elas gostam de sexo! Mas é só durante esses 5 dias, quando os amigos, a família e a sociedade fecham os olhos. Fica até parecendo que cada um cuida da sua vida! Mas voltando ao grande mistério, sabemos que as mulheres não passam a gostar de sexo por 5 dias ao ano - algo que não faria sentido. Tal "despirocamento" faz parte da cultura delas e de sua curta progressão romântica e sexual rumo ao casamento, mesmo que dos machos em questão nenhum se torne marido; de qualquer forma, faz parte do "crescimento" delas, e de formas diferentes para cada uma: há as que apenas querem aventuras para contar e até aquelas que conseguem engravidar. Arranjar marido também acontece, e por isso é importante ir dar uma de "vagabunda" nos lugares certos (mais caros) e para isso há todo um apartheid carnavalesco em formas de blocos e clubes fechados. De forma geral, todas se transformam e formam a ala das prostitutas de família, que são as parideiras da classe média.

Falando em usar subterfúgios, os homens também não ficam atrás. No feriado se aproveitam do calor repentino das moças, também bebem e brigam mais. Formam a ala dos canalhas assumidos. Outros aproveitam para soltar aquela "franga" tão sufocada pelo nosso machismo e se vestem de mulher, se portando como travestis e "bichas loucas" - grupos tão estigmatizados e perseguidos por eles durante o resto do ano. Tal comportamento apenas expõe uma dimensão natural da sexualidade deles (e de todo nós), muito negligenciada e oprimida pelos comuns. E no carnaval eles podem dar vazão a isso tudo, mas sem ter sua masculinidade colocada em cheque, é claro. É a ala dos viados oportunistas.

Antes de mais nada, vale dizer que embora não gostemos de canalhas e comuns, não temos nada contra prostitutas, "viados" ou qualquer um que viva sua vida e siga seus instintos de forma autêntica e honesta. Nossos leitores sabem que somos a favor é da liberdade, da putaria deslavada e do prazer mesmo, doa  quem doer. Mas não é o que temos no carnaval, muito embora pareça. O que temos na verdade é comércio, dissimulação, fingimento e disfarce mal-ajambrado do que há de mais cretino e podre em nossa cultura e sociedade, e que se resume em uma palavra: hipocrisia.

Você, mocinha que beijou qualquer um, transou (mas não você que engravidou), e você, rapaz que aproveitou a chance, pegou a mocinha e até desmunhecou com os amigos, parabéns. Mas se gostaram, continuem fazendo sem esperar pelo carnaval, sem vergonha, medo de ser feliz ou necessidade de "desculpinhas da estação". Não sejam como seus pais, e mandem a sociedade e seus paradigmas e preconceitos à merda. Eu sei que não farão isso, mas fica o conselho de qualquer forma.

O uso de belas e artísticas máscaras marcaram as origens europeias do carnaval moderno e mesmo seus primórdios no Brasil, onde virou sinônimo de nossa cultura, ainda que de forma pouco autêntica. O que temos agora é um festival de máscaras invisíveis, apenas imaginárias, que deixam aparecer a feiura dos que as usam, enquanto vivem a farsa que é ser comum. Alegria, minha gente!


O post de fevereiro tinha que ser sobre este assunto... hehehe.

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