Ontem conversava eu com um casal de amigos até pouco convencionais, e eles me interrogavam sobre o porquê de eu não me casar ou "ajuntar" com alguém de forma estável, sendo que até uma ótima candidata para tal já existe.
Eu expliquei que o problema não é falta de candidata viável, mas sim o fato de eu simplesmente preferir ser solteiro, um indivíduo completo em si mesmo, ao invés de apenas metade de um casal e dependente dessa configuração.
Lembrei que a regra de um homem arranjar uma mulher e formar um casal fechado em si é artificial e até muito recente na história da humanidade, no que eles até enxergaram razão e inclusive concordaram que tal arranjo traz alguns problemas, limitações e stress às vezes, apesar de também terem apontado as vantagens (obviamente predominantes, na opinião deles).
Mas o que ficou muito claro para mim, mais uma vez, como sempre, é que as pessoas (mesmo as inteligentes) não conseguem realmente compreender o conceito de vida fora do paradigma do "1 homem + 1 mulher" como formato natural e obrigatório de vida adulta, amor e felicidade. Eles até argumentam como se tivessem entendido, mas na realidade não entendem o meu argumento em sua ampla, complexa e profunda totalidade, e eu sei disso pelo contra-argumento final deles, e da maioria dos esclarecidos que até compreende parcialmente, concorda e respeita minha atual cautela: "um dia nós mudamos de idéia".
Até acredito que isso seja possível, mas eles não exploram as possíveis razões de tal mudança. Eu sim, e vejo duas: na primeira, o homem (geralmente é o homem) se cansa da vida "solitária" e resolve se encostar num cônjuge, aceitando os problemas que virão dessa rendição em nome dos confortos e facilidades que serão o bônus da transação. Na segunda, eu vejo uma verdadeira mudança conceitual e de valores. Me parece muito claro que eles consideram (ainda que sem explicar) a segunda possibilidade. Eu enxergo ambas mas só acredito na viabilidade da primeira, e discuto sua honestidade. E como não discutí-la? Me parece claramente acomodada e mediocrizante. Além de nada sincera. Uma mera rendição, que só ocorre pela repentina descrença na busca de um projeto que se tornou muito difícil, pelo esforço que exige. Não posso garantir que não acontecerá comigo. Mas prefiro e espero que não.
Não temam, pois não sou o que pareço e nem o que dizem. Toda a verdade em "SOBRE MIM". Este não é um blog de putaria, mas de reflexão, iconoclastia e libertação. É meu portal de comunicação inter-dimensional com vocês, mortais. Mesmo sem pacientes ou interlocutores, me divirto aqui, enquanto escrevo e observo a deliciosa incoerência humana. Podem entrar, deitar no divã, relaxar e até gozar, se souberem como. Bula completa em "Sobre o BLOG". Siga-nos e ganhe uma deslavagem cerebral grátis!
terça-feira, 4 de janeiro de 2011
Um comentário:
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Além de não compreenderem, o que a gente pode perceber também é que parece que eles se incomodam ao ver duas pessoas juntas que não querem se casar e, sim, apenas curtir a melhor parte do relacionamento independente de rótulos.
ResponderExcluirAliás, eles se preocupam muito mais com isso do que os próprios envolvidos, que na verdade não estão nem um pouco se importanto com a configuração do relacionamento.
Morro de rir, apesar de achar patético, ao ouvir gente perguntando: e aí, agora vc tá namorando?!
Que diferença isso faz? De que adianta estar namorando, ser noiva ou casada, se o relacionamento não for bom? Mas claro, para a maioria o status é que vale, infelizmente. Pobres coitatos, mal sabem (ou nem tem idéia) o que é viver um relacionamento saudável, natural, espontâneo e digno. Seja breve ou mais duradouro, o importante é que ambos estejam satisfeitos enquanto estiverem juntos.