Não temam, pois não sou o que pareço e nem o que dizem. Toda a verdade em "SOBRE MIM". Este não é um blog de putaria, mas de reflexão, iconoclastia e libertação. É meu portal de comunicação inter-dimensional com vocês, mortais. Mesmo sem pacientes ou interlocutores, me divirto aqui, enquanto escrevo e observo a deliciosa incoerência humana. Podem entrar, deitar no divã, relaxar e até gozar, se souberem como. Bula completa em "Sobre o BLOG". Siga-nos e ganhe uma deslavagem cerebral grátis!

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

O maior de todos os pecados

É ser do contra e bem fundamentado. Como todos sabemos, há todo um sistema de prevenção ao raciocínio e a posicionamentos e atitudes alternativas em qualquer sociedade, pois o poder se baseia em conformismo e obediência. Todos devemos expressar ideias pré-concebidas, de acordo com os valores estabelecidos, e viver vidas padrão, para o bem do status quo.
 O “problema” é que uns poucos nascem “perturbados” e com um pouco mais de capacidade analítica e coragem, e saem pelo mundo vivendo de um modo diferente e questionando o que não deveriam (coisas que vão contra o que é “certo” na cabeça das pessoas comuns - e são muitas, desde acreditar em algum deus, ser religioso, até ser monogamista serial, romântico, casar, torcer para time de futebol, etc). Reações comuns são: censura ou tentativa de tirar a credibilidade do "perdido", o que pode ocorrer de modo agressivo (no caso de pessoas estúpidas) ou de forma mais amigável e articulada (no caso de pessoas educadas) mas sempre nota-se que a auto-defesa (e não o exercício dialético) é a motivação principal. Você vai ser acusado desde "perdido" até "pseudo-intelectual" pelos pseudo-humildes que clamam por uma muito discutível humildade, assumindo uma atitude politicamente correta bem "pop", superficial e totalmente hipócrita para encobrir simplicidade mental, inércia, inveja ou rancor. No desespero, eles confundem os conceitos de “intelectual” com “acadêmico“, alguns chegando a buscar academicismos em livros ou na internet, e até mesmo na Bíblia (os crentes) para contrariar suas ideias e "baixar seu topete" (como se você estivesse querendo ser estrela, procurando fãs ou seguidores). Sempre de forma desfocada, equivocada, rasa, sem real compreensão das suas teses ou dos argumentos e fatos que as baseiam, seja por burrice, falta de informação ou medo de considerar certas hipóteses que "assustam". Nunca esquecendo que são eles querendo ensinar você a viver sua vida, e não o contrário!
Tal reação acontece pelo seguinte motivo: as pessoas precisam sempre ter a certeza de que estão certas no que fazem e no que pensam - especialmente nas atitudes que tomam na vida (quase sempre de conformidade aos padrões sociais). Ainda mais numa cultura da “esperteza“ como é o caso do Brasil, ninguém quer parecer “bobo“ ainda que ninguém os esteja acusando de coisa alguma. Eles simplesmente fizeram a opção de serem iguais, que não está sendo questionada por você (não é da sua conta se alguém casou ou torce pro Corinthians). Mas mesmo assim você desperta antipatia. Ou seja, se você aparece com opiniões e atitudes contrárias, mesmo sem sugerir que a opção deles seja “errada” (o que seria idiotice sua), eles se sentem ofendidos e diminuídos - ainda que seu objetivo seja apenas buscar a verdade e o conhecimento, através do debate de ideias. E o maior absurdo é que muitas vezes você apenas se expressa porque ELES provocaram!
O que eles não esperam é ouvir você questionando pontos que são a base do sistema de crença e modo de vida deles e, assim sendo, seu questionamento se torna uma ofensa pessoal, embora não devesse ser. Questionar tais coisas é ofensa numa sociedade de indivíduos que precisam de aprovação, segurança e conforto emocional do grupo, da família e do cônjuge. E se você não apenas fala "da boca prá fora" mas também pratica o que fala, você se torna uma ameaça real e mau exemplo por ser prova viva de que o que eles consideram vital, na verdade não é. Ainda mais se você está bem assim. Daí a coisa fica mais feia ainda.
No nosso caso aqui neste blog, cujo assunto principal é relacionamentos, podemos dizer que o tema, quando questionado, é especialmente melindroso. No caso das mulheres você passa a ser visto como um inimigo se questiona o casamento, que é a meta da vida delas. No caso dos homens casados, em seu intimo eles sabem que são limitados (ainda que apenas sexualmente) por uma mulher e tudo que leve a essa reflexão também os machuca. Tanto que aqueles que traem fazem logo questão de dizer isso contando vantagem (caso a esposa não esteja ouvindo) para mostrar que não são totalmente "otários" (como se você os estivesse chamando disso). Os que não traem, simplesmente se sentem inferiorizados, em silêncio ou não. Importante não generalizar, pois também há uns poucos que admitem seus sentimentos e concordam com você, ainda que não queiram mudar nada. Justo. Ah, e pode também haver um ou outro que realmente se sinta livre e realizado assim, claro... e só nesse caso ele não vai ficar "mordido" com você. Mas são poucos.
Conselho do doutor: apenas pratique a dialética com semelhantes, outros "perdidos", a não ser que esteja possuído pelo “espírito de porco". Eu sei que às vezes é inevitável dialogar com o cidadão comum. Acontece, inclusive por simpatia pessoal. Mas lembre-se de evitar, caso a intenção não seja perturbá-lo. Raramente é divertido. Só desgasta, pois ele terá um enfoque e apreciação pessoal, emocional e revanchista. Não caia em tentação, ainda que provocado. É muito pouco filosófico, estéril. Sim, o doutor já fez essa besteira muitas vezes e não tem vergonha de admitir. Ele só aconselha o que sabe.

3 comentários:

  1. Perfeito o texto. Inspirador.

    Dr., o que dizer e como lidar com o comum que insiste em parecer um não-comum, mesmo que todas as atitudes e fatos atestem o contrário? Sugestões?

    ResponderExcluir
  2. Considero essa a sua melhor reflexão.
    A descrição mais fiel do supra-sumo da hipocrisia.
    "Pseudo-humildes(...)assumindo um atitude politicamente correta, bem pop..."
    Comprovou a tese de que quanto mais medíocre, mais popular.

    ResponderExcluir
  3. Obrigado pelo feedback, C.

    Este post foi inspirado por um caso concreto e muito comum, q havia ocorrido (novamente!) há poucos dias.
    Eu conhecia um casal comum "super humilde" desses q fazem questão de chamar a atenção p/ a pŕopria humildade, simplicidade e bondade o tempo todo.

    Os dois cismaram de me convencer a casar, assim, sem mais nem menos, e fora de contexto algum. Por mais absurdo q pareça.

    Ou seja, em toda sua humildade, eles se incomodaram com meu estado civil, pois sabiam o q é melhor p/ mim e resolveram forçar a barra p/ q eu fizesse a coisa certa: casar (q por coincidência foi o q eles fizeram).
    Gente "humilde" sabe tudo, até o q é melhor p/ sua vida!

    Daí, qdo vc explica pq não faz o mesmo q eles, vc se torna o "arrogante dono da verdade". Por mais isenta, racional, educada e impessoal q seja sua resposta.

    Hoje já não falam mais comigo, pois parece q eu não sou "humilde" o suficiente p/ eles... hehehe.
    Quem está perdendo com isso? Hehehe...

    ResponderExcluir

ATENÇÃO: apenas serão aceitos comentários sem base religiosa, moralista, marxista ou emocional. Críticas e discordâncias serão aceitas - desde que bem escritas, racionalmente fundamentadas e inteligentes. Este blog é DUMB-FREE. Obrigado.

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.