Acabo de assistir "Elegia". Este é um dos pouquíssimos filmes estrelando atores famosos que trata de certas realidades incompreensíveis ou muito assustadoras para os comuns.
A história de um acadêmico, consciente de toda bobagem que guia e define os relacionamentos comuns, e por isso se abstém deles. Ele então se apaixona por uma beldade muito mais jovem; daí, por ser humano, ele tropeça e passa a sofrer de todos aqueles males que afligem os apaixonados comuns (e também os nem tanto) como ciúmes, insegurança, ansiedade, etc. Como se não bastassem essas angústias da alma, sabemos que mulheres bonitas e sedutoras sempre vêm com uma mentalidade comum, e isso significa paradigmas românticos que precisam levar ao casamento e outras obrigações sociais, algo fora de questão a um verdadeiro intelectual. Quando chegamos nesse momento (não apenas no filme, mas em nossas vidas também) temos 3 opções: 1) nos precipitarmos e sairmos correndo; 2) virarmos um ratinho e nos escondermos na toca "segura" do casamento, nos conformando e nos rendendo à mediocridade; 3) termos coragem e tentarmos viver o momento sem nos submetermos a padrões (isso é comprar uma briga enorme) e ver a que fim (alternativo) podemos chegar - e esta é a única opção que pode trazer alguma esperança de redenção, embora raramente traga, por diversos motivos.
No fim vemos que o verdadeiro amor sobrevive quando negamos a ele todas aquelas bobagens que os comuns consideram ser parte dele. E isso só se nota quando damos tempo ao tempo. Deixando morrer todo o lixo cultural no qual ele vem embrulhado, ele sobrevive, nu e puro. E isso significa um final feliz . SEM CASAMENTO. Tenho que escrever isso em maiúsculas porque falando de filme e de final feliz, muito gente pode enxergar aqui, por ato falho, que eles se casam no final (desculpem ter contado, mas não vou contar tudo). E "final feliz" também não significa sorrisos, beijos, música, dança e alegria. Na verdade, a aparência pode ser até de tristeza, mas com certeza menos miserável do que aqueles sorrisos e beijos padrão que acontecem por obrigação.
Enfim, uma bela representação do quão difícil e doloroso - porém digno - é o caminho daqueles que não têm medo de viver suas vidas tentando ao mesmo tempo amar sem perder a independência, a inteligência, a honestidade e a dignidade. E tenho que dizer que, se ele são realmente inteligentes e honestos consigo mesmos, eles não têm outra opção, a não ser essa. Agir assim dói mais, porém não aleija - muito pelo contrário, nos faz maiores do que éramos antes, ao invés de nos diminuir e humilhar perante nós mesmos. Por isso vale a pena. Food for thought. Entrou para a lista.
Não temam, pois não sou o que pareço e nem o que dizem. Toda a verdade em "SOBRE MIM". Este não é um blog de putaria, mas de reflexão, iconoclastia e libertação. É meu portal de comunicação inter-dimensional com vocês, mortais. Mesmo sem pacientes ou interlocutores, me divirto aqui, enquanto escrevo e observo a deliciosa incoerência humana. Podem entrar, deitar no divã, relaxar e até gozar, se souberem como. Bula completa em "Sobre o BLOG". Siga-nos e ganhe uma deslavagem cerebral grátis!
domingo, 23 de janeiro de 2011
2 comentários:
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Aqui no BR, esse filme tem o título de "Fatal - a beleza está nos olhos de quem vê"...gostei bastante tb!
ResponderExcluirComo sempre, inventam os títulos mais idiotas p/ atrair a atenção do brasileiro... e geralmente nada a ver com o foco do filme. Mas tá valendo... pelo menos passam o filme aí hehehe.
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