Um dos poucos escapes que temos em meio à futilidade, chatice e mediocridade que dão o tom da balada comum são as festas fetiche.
Diferenças são: o número delas (em países subdesenvolvidos são muito poucas, inexistentes - ou ainda, pseudo-fetichistas), a música é geralmente alternativa e muito melhor, os festantes se vestem de forma extremamente provocante e explícita, muitas vezes, semi-nus, ou ainda totalmente vestidos, mas sempre tendo-se em mente o efeito erótico a ser causado. Existe um "dress-code", ou seja, quem não se vestir (ou despir) a caráter é barrado, mas há muita liberdade no código de vestimenta - vale a criatividade e a safadeza. Outra diferença marcante é a existência de um local destinado a performances ou brincadeiras sexuais (mas não sexo real). Há sobretudo o fato das moças não estarem lá caçando marido, mas se divertindo e liberando sua sexualidade, e podermos desfrutar delas e vice-versa, sem necessidade de xaveco, papinho ou qualquer tipo de negociação - bastam olhares, ou nem isso às vezes. Claro que ser bonito/gostoso/sexy ajuda muito, mas é justamente aí que está a grande diferença (incompreensível para os comuns) e que faz com que tudo seja muito interessante: os padrões de beleza e comportamento são muito diferentes, mais naturais, espontâneos e inclusivos - ninguém é descartado por não se parecer com os modelos de beleza impostos pelo mainstream. Sim, também há uma cultura e uma atitude (até uma estética e códigos de conduta) próprios do ambiente, mas o objetivo deles é o oposto daqueles encontrados em ambientes comuns. Eles não servem para limitar, mas encorajar e proteger a lascívia, a devassidão, a sedução franca, a putaria e a falta de vergonha, só que com bom humor, charme e respeito aos indivíduos. E tudo na honestidade, sem aqueles disfarcezinhos hipócritas visando perdão prévio que as pessoas em geral usam para poder se liberar apenas um pouquinho em certos momentos. Não precisamos das velhas desculpas como "era carnaval", "eu estava apaixonada" ou "estava bêbado". Lá libera-se tudo o que quiser, sem dar desculpas. Por fim, é inegável a maior sofisticação intelectual das pessoas.
Tudo isso reflete de forma muito positiva no grau de satisfação e diversão que se tem, e também no modo como os indivíduos interagem. Ir sozinho não é problema; e ir acompanhado também não. Para quem não entendeu, eu explico: mesmo casais formados se divertem com outras pessoas sem pudores, ciúmes, etc. Há, entretanto, uma falha aí que se deve ao fato de tais festas serem abertas a qualquer curioso: há um pequeno mas constante número de travados que não entendem ou se negam a entender e aceitar toda a idéia da coisa, e mesmo assim insistem em participar - querem pular na água sem se molhar. Geralmente casais comuns, que vão lá para observar ou serem sexy apenas um para o outro (talvez numa daquelas tentativas pop de "esquentar o relacionamento" que os coitados monogâmicos reprimidos precisam tentar de vez em quando) e eles acabam estragando um pouquinho a diversão, pois estão num ambiente livre e sem restrições, mas ainda trancados em seus valores bourgeois românticos e monogâmicos, e ficam se vigiando e se protegendo em seu casulo invisível num local onde ninguém é de ninguém e, assim sendo, temos que ter cuidado com eles, pois podem se ofender ou mesmo partir para a briga ao serem tocados (indo deste modo contra todos os princípios de inteligência e liberdade que são a base de toda a experiência fetichista). Há também, muito de vez em quando, aqueles grupinhos de amigas bonitinhas mas burras, assexuadas e metidas a moderninhas (bem classe média) que saíram de alguma balada comum e caíram ali por acaso - ou resolveram aparecer porque leram em alguma revista ou site "indie" que lá é lugar de gente "descolada". Uma lástima, mas sabemos que é impossível fazer algo neste planeta sem um pouco que seja de contaminação pela cretinice comum. A burrice humana é onipresente. Mas os fetichistas experientes sabem distinguir e evitar esses poucos posers e sua mediocridade (verdadeiras armadilhas), sem prejuízo da diversão.
Mentes livres (ou em processo de libertação) desde que sinceras, já sabem o que fazer nas noites de sábado. Podem ir naquela balada que os amigos nunca ouviram falar - e se ouvirem vão achar absurdo, apesar da curiosidade. E como é bom!
Não temam, pois não sou o que pareço e nem o que dizem. Toda a verdade em "SOBRE MIM". Este não é um blog de putaria, mas de reflexão, iconoclastia e libertação. É meu portal de comunicação inter-dimensional com vocês, mortais. Mesmo sem pacientes ou interlocutores, me divirto aqui, enquanto escrevo e observo a deliciosa incoerência humana. Podem entrar, deitar no divã, relaxar e até gozar, se souberem como. Bula completa em "Sobre o BLOG". Siga-nos e ganhe uma deslavagem cerebral grátis!
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