Breve ensaio intercultural sobre aliancinhas

Todos sabem que a grande meta na vida das mulheres é casar. Acaba sendo o fim dos homens também, embora para eles não seja meta. Por isso são elas se deliciam com os marcos do processo bem sucedido. O maior deles, com certeza, é a aliancinha.
Sabendo disso, a indústria e comércio no Brasil resolveram até exagerar um pouco e criar a moda das aliancinhas de compromisso, que qualquer bocó usa já quando começa a namorar. Depois ainda tem as tradicionais de noivado (tem coisa mais anacrônica?). E por fim, é claro, a de casamento, o grande troféu que marca a etapa final da grande empreitada que é a vida feminina comum.
Com a advento da mídia social e as pessoas passando a ostentar todo e qualquer fato prosaico e privado de suas vidas, ostentar alianças virou um "must". E, novamente, só as mulheres fazem isso... os homens apenas compram e oferecem, meio que na obrigação e sem fazer alarde algum. Muito ao contrário, elas chegam a tirar fotos e postar nos sites de relacionamentos sociais, para que as amigas que ainda não obtiveram sucesso em capturar um marido (especialmente um babão que compra aliança) fiquem com inveja.
Estava eu a comprar este evento entre culturas: no Brasil a ostentação já começa com a aliancinha de compromisso, como já citei. Tira-se fotos das mãos do casal juntas e os comentário que as fotos recebem são sempre algo como "que lindo", "parabéns", "felicidades", mas dando ênfase a como é "bonitinho" um casalzinho apaixonado e que faz tudo "certinho".
Já, na cultura norte-americana há algumas diferenças: só a moça (a verdadeira vitoriosa) usa aliança. Só ela ganha aliança de noivado, que geralmente é de diamante e o tamanho dele é uma espécie de medida do amor (claro que para um resultado mais exato tem que se fazer uma equação que inclua as posses do noivo). E lá elas também postam foto de sua mão usando a aliança, e os comentários são mais com relação ao tamanho da pedra (essa coisa de tamanho e ostentação de riqueza sem culpa realmente é uma fixação norte-americana).

Foto da vida real

Outro ponto muito comentado e perguntado é como foi a proposta. Isso porque os pamonhas ficam tentando achar jeitos diferentes, criativos e mais humilhantes de fazer pedido de casamento. Quando eles não têm dinheiro e nem criatividade, vão no básico que é levar a moça num restaurante e propor seja sentado à mesa ou ajoelhado, etc. Coisa que vem ficando cada vez mais popular no Brasil também - com certeza por influência das produções hollywoodianas para proletários e cafonas em geral.
Enfim, fica apenas uma palavra para resumir toda a análise: BREGA.