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segunda-feira, 12 de maio de 2014

A Rosa e o Príncipe

"O Pequeno Principe", famoso livro de Saint-Exupéry, não é apenas o mais lido (ainda que apenas de mentirinha) e não-compreendido pelas candidatas a "miss", mas por muita gente - especialmente o pessoal "das antigas". E ele traz alguns símbolos e ideias bem interessantes e representativos. Hoje vamos falar da Rosa.

De acordo com a opinião geral, ela representa o amor universal (dentre outras coisas relacionadas). Outros são mais biográficos e enxergam no relacionamento do Príncipe com ela uma narrativa do relacionamento do escritor com sua esposa, Consuelo. Mas uma análise não se contrapõe à outra - muito pelo contrário, elas se complementam. Pois bem. Dizer que a Rosa representa algum conceito abstrato, paradigma ou paradoxo humano não ofende ninguém. Dizer que ela foi inspirada na esposa de Exupéry também não - acho que não. Mas, dizer que ela representa as mulheres, com certeza, vai ofender muita gente, ainda mais na era PC. Isso por ela ser tão vaidosa e superficial, basicamente falando. E por ser uma flor! Tal afirmação seria taxada de "sexismo". E, realmente, a generalização não seria justa.

Mas vocês não precisam se preocupar, pois eu não vou dizer isso. Vou ser mais "correto" e dizer que ela representa algumas mulheres (ainda que muitas) e uma determinada situação feminina (ainda que a mais comum e constante). E como é a Rosa? Além de vaidosa e superficial, ela não sabe muita coisa, é mediocre, comum, mas se julga especial, única. É imatura, sem noção da realidade, e se dedica a seduzir, apaixonar, "cativar". Precisa de atenção e dedicação. Em troca, oferece apenas sua beleza e sua "chatice". Lembrando que, quando digo "apenas" beleza, não desmereço tal qualidade, mas ela é menos relevante do que nos parece enquanto somos seduzidos por ela. Beleza e chatice. Soa familiar? Extremamente. E, se escrevo isso agora, é porque já conheci várias Rosas e, especialmente, porque a moça que trabalha ao meu lado no momento é uma delas. Não pára de fazer charmes e dizer bobagens, e me inspirou o post.

E o que mais sobre a Rosa? Já sabemos que ela é bela, sedutora - apesar de "vazia", mas é cativante, doce, e pode se impor por tais armas, chegando a ter um poder altamente destrutivo, embora o livro não mostre este lado da coisa. Tudo verdade. E, falando em armas, me lembrei do espinho, que ela considera tão letal. E isso vale uma análise. Primeiro, a natureza do espinho: a sedução, a beleza e o poder que isso pode trazer, desde que tais vantagens sejam usadas de forma maquiavélica, o que não é dificil para a grande maioria das belas, escoladas desde a infância na arte da manipulação. E podemos incluir aí também o sexo que, quando usado como arma, perde sua eficácia enquanto elixir do prazer e da felicidade. Péssimo negócio! Segundo, a letalidade do espinho: ele realmente pode ser letal, mas o lado irônico do fato é que, embora ele possa ferir ou mesmo destruir aqueles que o tocam, ele não protege a Rosa de forma alguma - nem dela mesma. Muito pelo contrario, ele apenas dá a ela a ilusão de segurança e uma ideia errada sobre seu poder, o que a leva a se arriscar no jogo de poker que é a sua vida - um jogo cheio de aparencias, blefes, dissimulações, e um prêmio incerto, mesmo com o que ela considera "vitória".

Você é uma Rosa? Possui ou conhece alguma? Dependendo de sua experiência, talvez você concorde comigo, quando digo que elas enfeitam o jardim de nossa existência, e nos fazem "perder"  muito tempo admirando-as ou nos entorpecendo com seu doce perfume. Mas, depois de colhidas, e depois de cativadas ou de nos cativarem, revelam sua verdadeira natureza efêmera e descartável. Murcham, perdem as pétalas, a cor e o perfume. Rosas são apenas rosas.

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