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sexta-feira, 24 de maio de 2013

Andar de mãos dadas

No universo simbólico e paradigmático do comum, andar de mãos dadas não é uma casual demonstração de carinho. É algo como o desfile da apoteose da monogamia romântica. Para o cara, é a hora de ostentar todo "pimpão" para os concorrentes a sua presa (se for bonita). Mas, prás moças, é ainda muito mais importante! É o momento delas deixarem as amigas invejosas e dizerem à sociedade que um bom provedor as "assumiu" em público, e que foram capaz e competentes para fisgá-lo. Enfim, tal "desfile" publica o compromisso e a relação de propriedade que existe entre os dois comuns que formam o casalzinho. Se segura a mão, é porque assumiu, "está à altura", tem título de propriedade, está satisfeito com o produto e "vai casar". Antes que me venham com justificativas piegas,  já notaram que casais não andam de mãos dadas dentro de casa?

Por isso tudo, as moças fazem tanta questão da coisa, que é a segunda maior prova pública de sucesso enquanto mulher comum, perdendo apenas para o casamento em si. Mas eu não, é claro, por razões óbvias, não apenas ideológicas mas também práticas (acho fisicamente desconfortável andar de mãos dadas por entre o tráfego de pedestres, além da possível diferença de estatura e necessidade de se harmonizar as passadas). Mas a principal razão de eu não gostar é filosófica mesmo. Acho ridículo! E é claro que isso já me deu problemas hahaha! As "meio-comuns" que eu namorei entendiam a coisa, depois de bem explicada. Até que uma vez eu dei uma chance para uma comum "total" porque ela era "top de linha". Primeira coisa que a mulher faz é agarrar minha mão na rua. Eu, que estava gostando muito do aspecto visual da moça e sabia de sua incapacidade filosófica, resolvi não explicar nada e dar a mãozinha para ela, enquanto durasse a coisa (eu sabia que não passaria de algumas semanas). Confesso que já tentei me envergonhar dessa concessão, mas não consigo.

Os resultados: com a beldade, nada, pois tudo acabou como esperado, e cada um pro seu lado. A grande surpresa veio depois, das ex que eram "meio-comuns". Vieram me cobrar o fato de eu ter sido visto andando de mãos dadas com a burra gostosa e eu nunca ter feito o mesmo com elas! Como a humanidade é patética! E vieram cobranças de todos os lados, inclusive de ex que estava morando no exterior e soube pela prima! É inacreditável! Notem o quanto tais rituais e aparências são importantes para as comuns... chegam a criar uma rede de informações para monitorar tais fatos e tomam satisfação, mesmo não havendo mais relacionamento algum. Deve ser questão de honra, né? Talvez imaginem que não tenham sido "dignas" de ser apresentadas à sociedade pela mão, e por isso tenham que confirmar e nos repreender, caso tenhamos apenas as feito "perder tempo" desde o início...

Como acabou tudo? Às ex "meio-comuns" eu simplesmente expliquei a realidade. Mas elas preferiram não acreditar. Afinal, se eu abri exceção para uma, elas realmente "significaram menos" para mim. Conclusão totalmente equivocada de "meio-comum" limitada e com dor de cotovelo. Mas não adiantou insistir na explicação, mesmo sendo honesta. Elas não foram capazes de acreditar que, não andando de mãos dadas com elas, eu, na verdade, as respeitei muito mais e e elas significaram muito mais para mim. A ponto de eu não fazer com elas algo que considero ridículo, e partilhar com elas tal entendimento. No mais, como ficou comprovado que elas também valorizam tal ritual, não deveriam ter aceito a minha atitude, na época - o que prova o quão "fakes" e submissas as "meio comuns" também são. Bom, problema delas.

Nunca imaginei escrever sobre algo tão minúsculo e patético, mas que ilustra algo muito grande e muito sério para os comuns. Tais detalhes não podem deixar de ser analizados pela sua aparente irrelevância e seu caráter extremamente patético, pois são muito importantes ao estudo dos seres comuns.


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