Ontem o KX escreveu isto:
Os amantes merecem sim um dia, por serem  eles (e elas), lícitos ou ilícitos, os únicos capazes de amar  incondicionalmente. Se entregando e acolhendo sem exigir nada em troca e  sem aprisionar, mas apenas buscando aqueles fugazes momentos de  felicidade pura, honesta e gratuita que fazem a vida valer a pena. Não  são provedores da tão buscada (e ilusória) estabilidade, mas sim de  liberdade da asfixia e limitação besta que ela traz. Paixão, emoção,  tesão. O que seria do mundo sem eles? Feliz dia do amante, para quem é.
Em resposta a isto:
Como assim desejar "Feliz Dia do Amante"? Desde quando que quem se contenta com restos é feliz??? Amor próprio, minha gente!!! (para aplausos da geral reprimida e candidata ou já corna)
Ele também explicou à moça (claro que é uma moça) que nem sempre o/a amante fica com restos, pois muitas vezes é justamente o contrário. Amantes (principalmente os bons) são os que dão e rebem os melhores momentos. Quem vai ter amante pior ou tão broxante quanto o cônjuge? Questão de lógica. Resto fica sim para a D. Maria esposa ou o Seu Zé provedor. Teve também essa panfletagem brega do "amor próprio", mas não vem ao caso.
O que eu quero fazer agora é dissecar um fenômeno que apareceu nas entrelinhas: o complexo de "a outra" que existe na psiquê feminina brasileira.
Mulherzinha no Brasil, como é casadoira, machista e geralmente assexuada, não entende o conceito de "amante". A maioria se torna amante apenas dos caras que elas queriam para marido e não podem ter, aquele velha estória piegas do "amor impossível" e aí sim, pode ser patético e ela vai viver de restos e numa situação humilhante. Outras se tornam amantes para sacanear as esposas desses caras, ou ainda tentar "roubá-los" delas. Mas, raramente, é por interesse sexual sincero - por simples desejo. Assim, de um modo ou de outro, surge a figura da "outra". Ela pode ser a coitada, subserviente e humilhada ou a vagabunda destruidora de lares. E em qualquer dos dois casos, não é algo que se queira ser. Daí a simplória panfletagem da moça sobre "restos" e "amor próprio".
Concluindo, em mentes femininas voltadas à monogamia e aos valores pequeno-burgueses, não há espaço para a figura da amante digna - aquela que está se submetendo apenas a seus próprios desejos e caprichos (e não aos do homem), aquela que não vai ter restos, mas sim, os melhores momentos, aquela que está cheia de amor próprio - muito mais amor próprio do que essas assexuadas reprimidas caça-marido - elas sim, subservientes, mal-comidas, recalcadas e infelizes "titulares". Se o status social basta para elas, as "outras" querem mais, vão atrás e conseguem.
Por fim, outro conceito que parece difícil para elas: o amante, o "outro" ser o homem-objeto e não a mulher. E isto acontece porque elas próprias se tratam aceitam como objetos (do provedor), mas nunca imaginam e nem desejam o homem como objeto de prazer sexual - daí só existir a figura "da outra" e nunca "do outro". Isto nem passa pela cabeça delas, pois só lhes interessa usar os homens como instrumentos sócio-econômicos, e nunca sexuais. Isso sim, é falta de amor próprio, é se contentar com pouco e se limitar a uma situação de coadjuvância sexual! Coitadas...
Nota: não o blog não está de volta à ativa mas, muito de vez em quando, posso escrever alguma coisinha aqui.  
 
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