Não temam, pois não sou o que pareço e nem o que dizem. Toda a verdade em "SOBRE MIM". Este não é um blog de putaria, mas de reflexão, iconoclastia e libertação. É meu portal de comunicação inter-dimensional com vocês, mortais. Mesmo sem pacientes ou interlocutores, me divirto aqui, enquanto escrevo e observo a deliciosa incoerência humana. Podem entrar, deitar no divã, relaxar e até gozar, se souberem como. Bula completa em "Sobre o BLOG". Siga-nos e ganhe uma deslavagem cerebral grátis!

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Excesso de pose ou pura falta de noção mesmo?

As vezes me questiono se os comuns são mais tapados ou mais hipócritas. Quando lidamos com a ralé não há dúvidas. Mas quando lidamos com aquela elitezinha classe média com alguma habilidade intelectual e cheia de charme, pode haver.

Há casos em que eles podem tanto estar sendo pateticamente ingênuos quanto ofensivamente hipócritas, fazendo o possível para passar por algo que não são, mesmo que se traindo logo em seguida. Eu me encontro em situações assim o tempo todo, sempre que um comum tenta articular algum raciocínio mais sofisticado ou ensaiar alguma análise sobre padrões nos quais ele pretende não se encaixar. A última:

Num outro blog onde eu falava sobre a falta de personalidade e autonomia da mulher latina, sempre preocupada em se adequar aos diversos padrões sociais - incluindo-se aí, obviamente, a questão da dependência total do esquema casal/casamento. Pois bem, uma comum dessas me vem e comenta que concorda totalmente comigo, e que ela sempre foi muito diferente, rebelde e iconoclasta mas, felizmente, achou um "maridão" [sic] que gosta dela do jeito que ela é. (Ãhnnn???)

Bom, nem ia dizer mais nada para não amenizar o impacto desconcertante. Mas fico imaginando no que ela era tão diferente. Já conheci tantas mulheres "inteligentes e alternativas" que nem vale mais a pena perguntar.

Nota: este post pode ter ficado um tanto hermético até mesmo p/ os padrões deste blog, a julgar pelas primeiras reações, talvez parecendo uma crítica vazia, radical e pedante. O ponto dele está demasiado nebuloso, eu sei. Na verdade, ele engendra a seguinte proposição, bem abstrata mas válida ao meu ver: a expressão "encontrar um maridão" sugere um tipo de relacionamento absolutamente convencional, regido por limitações ideológicas, onde as pessoas se aprisionam através do conforto e da conformidade a padrões pre-estabelecidos. Até aí, normal. Agora, uma pessoa nessa situação (supondo que o caso seja o que aparenta ser - "normal") é revolucionária ou diferente em que sentido? Eis o exato ponto nebuloso onde reside a crítica: pessoas de conduta totalmente comum, a não ser por pequenos detalhes plenamente aceitáveis pelo grupo, apesar de um tanto "do contra" (eles gostam desse termo) se dizendo mais diferentes do que são, seja por falta de noção (elas se acreditam diferentes apenas porque são limitadas para perceber que não são) ou por pura pose consciente. Sim, "a emenda ficou maior do que o soneto" e talvez ainda não resolva o problema, mas vale pelo exercício. Se alguém entendeu, por favor, se manifeste.

5 comentários:

  1. Ué, essa mulher então teve uma tremenda sorte de ter um marido, um companheiro, que pensa da mesma maneira que ela, logo não restringe a liberdade que ela defende, e tem como ideal de vida.

    Neste caso não se configura uma contradição. E sim um mérito.
    É meio difícil encontrar compatibilidade até mesmo com familiares, quando você percebe que você tem uma linha de raciocínio diferente.

    Ok, a não ser que essa pessoa tenha dito que tem alergia à casamento e 'compromissos'.

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  2. A "contradição" (se podemos chamar assim) foi o fato dela citar o redentor encontro com o maridão sendo q esse é justamente um dos pontos q caracterizam a situação da mulher latina, da qual ela sugeriu ser exceção.
    Minha observação foi feita no contexto dos paradigmas q nos remetem à necessidade do maridão, e o fato desse encontro parecer resolver todo os outros problemas de suposta incompatibilidade social. Aí é q fica irônico.
    Me fiz mais claro?

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  3. Mais um ponto p/ ilustrar o meu enfoque, q eu sei q não é totalmente claro, mas não por minha culpa, e sim da formatação mental da nossa sociedade:

    Essa coisa do "companheiro/a" q é aquela pessoa com a qual vc vai se juntar e formar seu círculo íntimo e fechado de 2. Mesmo q vc até pule a cerca, traia, troque, continua sempre havendo um casal oficial: vc e o companheiro/a, seja vc hetero, gay, crente, maluco, bandido, não interessa. Isso não se discute - todos precisam acasalar no sentido de formar casal.
    Este é o maior de todos os paradigmas e é nele q travam quase todos os q se pretendem "alternativos" ou pensantes.
    Eles abandonam várias convenções sociais numa boa (religião, frivolidades, consumismo, etc) mas qdo chega na coisa da monogamia eles travam.
    Isso pq está programado na cabeça deles q o casal é o lógico e o natural (tem q ser em número de 2 e fechado ainda q serial), sendo q na verdade isso é apenas mais uma convenção. Mas se tornou uma convenção "sagrada" e irresistível, até mesmo p/ aqueles q já deixaram todas as outras convenções p/ trás.
    E refúgio nesse sistema não é p/ mim tão desejável qto se faz parecer no discurso comum. Ou seja, se vc só tem 1 pq só conseguiu encontrar 1, tudo bem mas, caso contrário isso é apenas limitação ideológica.
    O ideal a priori é amar, se entregar, enfim, viver, sem a necessidade de encontrar "o companheiro" p/ q isso aconteça. Essa lógica apesar de óbvia p/ os comuns, é falsa. O companheiro não deveria ser necessário, mas acaba sendo somente pq todos o tratam como tal, se escondendo na célula monogâmiga.
    Este é um tipo de argumento q não se pode usar c/ qq um pois está muito além da capacidade de abstração e compreensão de 99.9% das pessoas (mesmo inteligentes). Só mesmo entendendo os paradigmas culturais e pensando fora deles alguém pode entender isso sem julgar o mérito erroneamente, devido a pré-conceitos ditados pelo paradigma.

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  4. Mesmo com sua estatística absurda, e do fato de você ter subestimado meu simples raciocínio linear, eu entendi perfeitamente...

    Mesmo com essa lógica absurdamente circular. rsrss...

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  5. Bom, a estatística foi só "modo de dizer", embora não tenha sido nem um pouco exagerada. Foi até pouco demais.
    Tb não subestimo seu raciocínio não! Apenas respondi com base no seu comentário, q foi fora do foco da minha crítica nebulosa.

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