O pior de todos os sentimentos

Tem certas coisas que a gente só compreende ou conclui depois de muitos anos, experiências ruins e reflexão. Algumas parecem simples, mas só parecem. Dentre elas, muitas nós não nos preocupamos em investigar, pois não imaginamos o quão útil pode ser a consciência delas. Ou simplesmente nunca pensamos nisso.

Esses dias eu me peguei refletindo sobre qual seria o pior dos sentimentos. E sentimentos ruins é o que não nos falta. Dor, perda, medo, ódio, inveja, tédio, desejo de vingança, de morte, ansiedade, desespero, arrependimento...
Mas eu cheguei à conclusão de que o pior de todos, geralmente não é lembrado: a vergonha, aquilo que ocorre quando você sente repulsa, pena ou desrespeito pelo seu próprio ser. Pior ainda por não ser perante os outros, mas perante você mesmo. Talvez isso mude de pessoa para pessoa e, no meu caso seja determinado pelo meu elevado senso ético, auto-estima, honestidade, racionalidade e acima de tudo minha auto-consciência e exigência.

De qualquer forma eu percebi que nos meus piores momentos, a vergonha foi minha algoz. Algumas vezes, por deslizes meus, cuja grande maioria uma pessoa comum nem consideraria como tal. Outras vezes, por vergonha alheia, por ter estado associado de alguma forma a outros que me inspiraram tal sentimento.

Aplicação prática deste conhecimento? Evitar ainda mais situações que o gerem e saber como isolar aquele sentimento que me corta e esmaga por dentro, para poder analisar melhor sua procedência e relevância, de modo a diminuir o sofrimento quando ele for desnecessário; e sofrimento desnecessário é acontecimento muito frequente com pessoas sensíveis, analíticas e conscientes de si.