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sexta-feira, 3 de junho de 2011

Relacionamento honesto, só nos tempos da vovó...

Não que as pessoas fossem exatamente felizes em seus relacionamentos de séculos atrás, mas também elas não esperavam ser, e este é um detalhe, geralmente ignorado, que fazia as coisas não serem tão ruins quanto parecem hoje. Nossos antepassados se ajuntavam por tradição e necessidade de sobrevivência, e não por ideais, sentimento, compatibilidade ou prazer. No passado arranjava-se casamentos, comprava-se noivas e os jovens eram meio que "cruzados" como se fossem animais. Especialmente na zona rural, os pais dos futuros noivos combinavam essas coisas, como se falassem de vacas e bois. Pode parecer chocante, mas pelo menos era honesto! Ninguém mentia...

Já, hoje, no mundo comum, reina a dissimulação enfeitada de romantismo, de liberdade e igualdade. Tudo falso e nada espontâneo. As pessoas se exigem umas das outras obediência a regras, atitudes, clichés, e colocam sobre o ombro do outro a realização pessoal através de ideais fora da realidade.

Agora, o mais deprimente é notar que mesmo fora do mundo comum, tentativas de trazer mais honestidade para os relacionamentos atuais, com pessoas aparentemente racionais e diferenciadas, não idealizando, não impondo regras (nem mesmo com relação à monogamia) e não cobrando nada além de sinceridade e abertura, falham. Em algum momento elas (mesmo as que não se consideravam comuns) entram em "curto-circuito" e mostram que a experiência não deu certo.

Seja entrando em crises por falta de tratamento e  ilusões comuns ou repentinamente revelando  rancores e reservas que aparentavam não ter e que foram acumulando ao longo de muito tempo, sem se manifestar e nem demonstrar. E aí vemos que não há mesmo honestidade, ou não há capacidade de ser sincero e verdadeiro. Há sempre que se esconder, dissimular e engolir frustrações sufocadas sem motivo, para de repente vomitá-las, na pior hora, no meio do jantar. Mesmo quando não há a ilusão romântica ou traição carnal, que são as grandes razões da mentira. Por isso notamos que dissimular e omitir é necessidade básica das pessoas em geral. Porque são acima de tudo fracas - ou burras demais.

No fim das contas, apesar de algumas falsas aparências, todo mundo é comum, o ser humano não merece crédito mesmo, e quem não é comum tem que acabar fingindo que é, para ter menos dor de cabeça. É melhor lidar com as mentirinhas e disfarces básicos, bem simplórios e já "batidos" da gentinha assumida do que se decepcionar com posers.

6 comentários:

  1. Tantos posts bons e eu sem tempo para comentar (sempre curti isso).

    Mas sobre este tema eu tenho que dizer que tive uma experiência neste sentido, em que acreditava estar me relacionando com alguém que compartilhava minha forma de pensar e de agir. Acabou que o tempo mostrou que não era nada disso.

    Para falar a verdade, depois de tudo o que passou, aprendi a respeitar as decisões de cada um, e principalmente a não me surpreender com as pessoas. Hoje quando me relaciono já tenho isso claro, não espero nada, nada do outro (nem para o bem, nem para o mal), pois sei que tudo que me for prometido (mesmo que implicitamente) não pode ser bancado, pois as pessoas são inconstantes e prometer coerência é bobagem.

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  2. Eu tb tive uma enorme decepção ultimamente. Isso apesar de eu não esperar nada de ninguém tb. Mas eu achava q eu tinha pelo menos uma conexão com uma certa pessoa e ela demonstrou q não. Isso acontece o tempo todo, mas no meu caso, me surpreendi pq a enganação durou 6 anos.
    Deve ser mais ou menos a mesma sensação q comum tem qdo leva chifre...

    Essas coisas deixam a gente mais cínico qto ao ser humano, né? O negócio é não esperar nada mesmo... nem o pouquinho q eu achava q podia.

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  4. Realmente, qdo notamos q não há um verdadeiro engajamento nos ideais q buscamos p/ viver um relacionamento inteligente, nos sentimos traídos. Isso, fora a demonstração de desonestidade, superficialidade e leviandade. As coisas podem ser o q forem, mas precisam ser verdadeiras, caso contrário, não têm valor.
    O cinismo, no meu caso é a vontade de agir como comum agora, já q elas não têm capacidade de receber nada melhor do q isso. Digo "elas" pq já foram algumas tentativas com gente aparentemente promissora, e não apenas uma.
    Se alguém, algum dia, me ver "comunzando", já sabe pq. Não sou poser não. Apenas tô achando q não vale a pena o esforço com quem não merece.

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  5. Rsrs, acredite, eu te entendo. Também tive o mesmo impulso de "comunzar", e olha que isso é uma grande vantagem para nós, pois como nos dedicamos muito a analisar o que chamamos de comportamento comum, acabamos por dominar bem o assunto de forma que as situações são altamente previsíveis e manipuláveis. Cabe analisar até onde isto é satisfatório.

    Da minha parte hoje me sinto mais flexível, tenho alguns princípios dos quais não abro mão, fora isso me disponho a conhecer a pessoa (cenário nada animador até o momento, tenho que dizer, rs)

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  6. Sim, comunzar, qdo vc não é comum, pode se tornar uma brincadeira politicamente incorreta. Dá p/ fazer, se vc chega á conclusão q a humanidade não merece consideração mesmo. Mas, com certeza, não vai dar a satisfação q a gente gostaria e espera ter...

    Aquela coisinha de namoradinho, de entrar nos joguinhos românticos e manipulaçõezinhas dos comuns, fingir q é monogâmico, q tá apaixonado, q quer casar, q acredita em Deus e na família, etc pode render algum sexo. Mas sei q a gente não aguenta isso por muito tempo. Só mesmo p/ variar e desencanar um pouco da realidade sombria.

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