Não temam, pois não sou o que pareço e nem o que dizem. Toda a verdade em "SOBRE MIM". Este não é um blog de putaria, mas de reflexão, iconoclastia e libertação. É meu portal de comunicação inter-dimensional com vocês, mortais. Mesmo sem pacientes ou interlocutores, me divirto aqui, enquanto escrevo e observo a deliciosa incoerência humana. Podem entrar, deitar no divã, relaxar e até gozar, se souberem como. Bula completa em "Sobre o BLOG". Siga-nos e ganhe uma deslavagem cerebral grátis!

segunda-feira, 9 de maio de 2011

O grande jogo

É a vida. E o mundo é um enorme tabuleiro ou mesa de cartas, onde cada um tem suas metas, estratégias e fichas, mas tem que sempre jogar blefando e simulando, nunca demonstrando o que realmente está tentando fazer.
Esta analogia me veio como um insight hoje, enquanto andava pela rua e observava a postura das pessoas num ambiente público. Mas isto pode ser muito melhor observado, de forma muito mais rica e profunda, em ambientes fechados, onde há interação entre elas.
A jogatina começa muito cedo para todos nós, assim que nascemos, numa espécie de truco, onde damos os primeiros passos na arte do blefe, da chantagem e do grito, na manipulação de nossos pais para que obedeçam a nossos desejos egocêntricos infantis.
Depois, na adolescência, passamos ao jogo de damas, onde a sutileza passa a ser necessária, mas ainda há simplicidade, pois todas as peças têm o mesmo valor e seus movimentos são previsíveis, a não ser quando chegam no limite do tabuleiro e se tornam mais poderosas. Apesar disso, nos sentimos perdidos, pela primeira vez num tabuleiro, jogando por nós mesmos e obedecendo às primeiras regras.
Na juventude e na vida adulta, tudo fica mais complexo e também monótono. Passamos ao xadrez, onde a necessidade de visualizar e planejar movimentos com antecedência é imprescindível. Uma estratégia a longe prazo é obrigatória. É quando mais as pessoas escondem suas emoções, fraquezas, ideias e planos, por medo da derrota. E agora joga-se apostando fichas que podem interferir no jogo, alterando os movimentos e a atitude dos adversários. Além das tradicionais simulações e mentiras, agora também ostentamos as tais fichas, como dinheiro, beleza, poder, manipulação, sedução, hipocrisia e outras maquinações humanas no maquiavélico processo. E este é o jogo para o qual as pessoas se preparam a vida inteira, onde realmente vencem ou perdem, dão cheque-mate ou entregam os pontos; ou ainda, ficam só mexendo com os peões, para que não se chegue a um resultado. É nessa longa rodada onde se definem os vencedores e os perdedores. Ganha-se status, mais poder, mais dinheiro, maridos, esposas, e satisfação à vaidade. Também nela aprendemos as mais valiosas lições sobre o ser humano em geral e também sobre nós mesmos. Apesar de todo o aprendizado, a sensação é a de uma enorme perda de tempo, energia e um enorme desperdício de felicidade, pois todos poderiam estar realmente vivendo ao invés de jogando. Alguns chegam a perceber isso, mas um tanto tarde, quando não resta mais nada a fazer além de jogar bingo no clube da terceira idade.
Por isso algumas pessoas, desde cedo, pelo menos tentam fugir das regras e quebrar o tabuleiro, se retirar da mesa, se afastar dentro do possível, algumas ainda tendo que jogar uma rodadinha aqui e ali, outras já mais desclassificadas por opção própria, por não gostarem de jogo e por não verem valor real nos prêmios. E podemos notar essa diferenciação ao observarmos crianças. Algumas realmente se absorvem nos jogos e são competitivas, as mais aplicadas passando inclusive a ter o jogo como meta e não meio. Outras jogam sem concentração ou vontade de ganhar. Por fim, há as que ficam no canto olhando ou brincando sozinhas, num mundo todo delas, mais rico, criativo, restrito e até real, por não se pautar por regras artificiais, autoritárias e limitadoras de seu espírito. Porque para elas é bem desinteressante e um tanto deprimente lidar com jogadores ou participar do jogo deles onde, além de tudo, elas não têm nada a ganhar.

4 comentários:

  1. Que análise, hein?
    Minha mentalidade funciona como a de uma criança. Pergunte e uma criança: como é que se coloca uma girafa na geladeira? E ela, na simplicidade de ver as coisas, vai apenas responder: Colocando ela lá dentro!
    Já o adulto, no contexto da pergunta, tentaria imaginar N maneiras estratégicas de se fazer isso.
    Observo tudo com a curiosidade de uma criança, mas finjo desconhecer a lógica e as regras, a não ser que elas sejam fundamentais para um convívio social saudável.
    Quanto mais pudermos simplificar as coisas melhor.

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  2. Eu tenho q confessar q minha mentalidade não é nada simples e nem direta. Meu cérebro fica fazendo mil análises e traçando trocentos paralelos sobre tudo, mesmo que eu não esteja tentando fazer isso. Simplesmente não tenho controle. Por isso, mesmo eu sendo uma pessoa inteligente, não sou "bem-sucedido" (nos termos comuns), pois tenho muita coisa diferente na cabeça q me impede de ganhar muito dinheiro, comprar um super carro e arranjar uma esposa linda.

    Já, tudo isso tb me impede (felizmente) de entrar no jogo. Uso minha inteligência fora dele, e não para jogar. Nem enganar ninguém. Nem a mim mesmo.

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  3. que bacana, você é um cara virtuoso então, hein?

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  4. Bom, não posso dizer isso de mim mesmo, não apenas pq soaria arrogante, mas tb pq virtude é um conceito subjetivo... hehehe.

    Mas posso dizer q de muito da futilidade e cretinice do mundo eu já não participo mais. E nem da hipocrisia. Infelizmente, ainda preciso aturar certas coisas, p/ poder pagar as contas, mas de tudo q eu posso, já me livrei, e espero me desapegar ainda mais. Tem sido ótimo, e tenho orgulho de mim mesmo. Mas sei q o caminho apenas começou.

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