Mesmo fora dos países britânicos, casamentos da família real inglesa despertam grande interesse. E isso é prova de competência da casa de Windsor, pois muitos outros países ainda possuem o anacronismo de uma família real, só que sem conseguir despertar o menor interesse fora de suas fronteiras - ou mesmo dentro delas.
Além de todo o aparato visual, antecipação, pompa e extravagância, um casamento trazido a nós pela monarquia mais popular do mundo é uma grande oportunidade, não apenas de marketing e renda para muitos, mas também de sonho e devaneio para a plebe mundial.
Vivemos num mundo que roda não apenas movido pelo dinheiro mas também pela alienação, sem a qual o dinheiro até perderia um pouco de sua força motriz. É essa alienação que faz as pessoas continuarem vivendo, conformadas em seus lugares determinados pelos paradigmas da sociedade, cumprindo seus papéis sem reclamar, muitas vezes oprimidas, sem ter aquilo que chamamos um tanto vagamente de "uma vida de verdade", conceito que não será abordado aqui por falta de tempo e espaço.
Neste contexto, a midia criou todo um universo de fantasia, povoado por celebridades acessíveis à psiquê do grande público, entes que aparentam ter tudo o que as pessoas comuns consideram elementos para uma vida plena, e no qual elas podem projetar sua própria existência sem graça nos momentos de folga, e ter um pouco da sensação do que seria ser feliz como aquela gente bonita da televisão.
Mas até aí é arroz com feijão. Apesar do glamour das celebridades do dia-a-dia, sabemos que elas são mortais, descartáveis e passageiras. Já, uma família real é outra coisa. Tem um aura de pureza, superioridade, autenticidade e até atemporalidade! Quando eles se casam é a grande chance para nossas maẽs e tias comentarem sobre o vestido da noiva como se ela fosse a mocinha do bairro, e para as mocinhas do bairro fecharem os olhos e sonharem estar no lugar da noiva, se casando com um príncipe de verdade, ao contrário daquele que elas têm ao alcance e infelizmente vão encontrar.
Além de tudo isso, deve ser um grande consolo ver o jovem casal real juntando os trapinhos oficialmente e imaginá-los tendo briguinhas conjugais, lidando com o desgaste do relacionamento, a falta de sexo, o medo da traição, do fracasso e da solidão, tendo filhos, passando noites em claro, dentre outros fenômenos da vida das pessoas chamadas "normais", que se sacrificam em nome do dever e dos ideais românticos e proletários. Fora a diferença na conta bancária, dá até para se sentir bem próximo dos nubentes de sangue azul e pensar: "é, a vida é isso aí mesmo para todos, e a minha até que não é ruim". Por isso todos os casamentos são bonitos, e especialmente os da família real britânica.
Não temam, pois não sou o que pareço e nem o que dizem. Toda a verdade em "SOBRE MIM". Este não é um blog de putaria, mas de reflexão, iconoclastia e libertação. É meu portal de comunicação inter-dimensional com vocês, mortais. Mesmo sem pacientes ou interlocutores, me divirto aqui, enquanto escrevo e observo a deliciosa incoerência humana. Podem entrar, deitar no divã, relaxar e até gozar, se souberem como. Bula completa em "Sobre o BLOG". Siga-nos e ganhe uma deslavagem cerebral grátis!
sexta-feira, 29 de abril de 2011
2 comentários:
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Ha! Nem quis assistir a essa futilidade...
ResponderExcluirMas engraçado foi ver a reação das mulheres solteiras comuns daqui. Ficaram deslumbradas, mas desiludidas, tristes, chorosas.
O objetivo disso tudo parece ser alimentar a ilusão das comuns e fazê-las pensar que a vida é realmente uma merda.
Pior quando elas começam a pensar que homem nenhum presta, ou quando elas idealizam a existência de um príncipe encantado que as espera...
Parece até que as pessoas querem se distanciar cada vez mais da própria condição de ser humano, têm medo da realidade e vivem no casulo da alienação, dependentes do "Mercado das Sensações".
Eu não acompanhei a reação das comuns brasileiras, e confesso q prefiro não arriscar, pois seria leviano. Me limitei a uma análise mais geral.
ResponderExcluirMas se, como vc diz, elas ficaram deslumbradas e tristes ao mesmo tempo, isso pode ser uma evolução: já perceberam a bosta de vida q têm e q seus sonhos são vazios. Restaria apenas elas notarem q aquilo q as deslumbra (no caso a idealização do casamento em questão e tudo o q ele significa) é tudo mentira tb. Daí, cessaria tb o deslumbre.