Palavra versus atitude

Conforto versus aventura, intimidade versus novidade, tranquilidade versus incerteza. Estes e outros opostos nos impõe conflitos durante a vida toda. E o lado que é o mais excitante geralmente não é o mais atraente, pois todos tendemos a ser atávicos e acomodados, ou mesmo medrosos. Aventura implica em risco, exposição, perda, stress (fatores opressores para muitos) e até mesmo culpa, por mais excitante que seja. Por isso a grande maioria é comum, se conforma e segue a fórmula da vida besta, porém confortável e segura, sem solavancos.
Todos nos sentimos incertos às vezes, pois todos, de uma forma ou de outra, construímos nossas zonas de conforto, bolhas de segurança, intimidade, seletividade, privacidade e predicabilidade, que podem ser medíocres e simplórias, mas também sofisticadas e altamente intelectuais; embora, no fim das contas, funcionem do mesmo jeito. E sair delas, apesar de necessário e desejável (quando há sedução), acaba sempre sendo um desafio de alguma forma.
Mas quando nos deparamos com os o dilema estagnação versus conhecimento e coerência, não podemos nos omitir, sob pena de nos tornarmos meros teóricos, demagogos e hipócritas, amedrontados e escondidos atrás de nossas próprias palavras vazias, como tantos posers e patéticos que vemos por aí. Palavra e atitude não podem ser opostos. Caso sejam, a situação não é autêntica, honesta e nem saudável, exigindo mudanças drásticas, em algum sentido.