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sábado, 19 de fevereiro de 2011

O que nos faz crescer

Conversando com uma amiga sobre relacionamentos estáveis e convencionais, ela me disse que eles nos fazem crescer.
Mas será mesmo? Antes de mais nada, o que seria "crescer" e como tais relacionamentos nos levam a algum "crescimento", além daquele que ocorre na barriga e outras áreas adiposas?
No mundo comum há uma unanimidade segundo a qual ser solteiro é não ter responsabilidades e, ao casar, a pessoa prova que passou a ser responsável, "ajuizada", "assentada". Ou seja, "cresceu". Tudo muito mal explicado.
Primeiro: solteiros realmente não têm responsabilidades com cônjuges (porque são indesejadas), mas podem ter mil outras responsabilidades muito grandes consigo mesmos e com o mundo. Segundo: casar não significa necessariamente que a pessoa passou a ser responsável, pois muitos se casam irresponsavelmente, inclusive por motivo de gravidez "acidental", aparência ou puro romantismo. Existe prova maior de irresponsabilidade? Isso sem falar em muitos outros motivos cretinos para se casar, nas briguinhas e outras coisas altamente irresponsáveis, ridículas, insensatas e infantis que os casais comuns tanto praticam.
Na verdade, "crescer" para os comuns significa "se submeter", passar a obedecer padrões sócio-familiares, abrindo mão da própria liberdade tanto sexual quanto geral. Pergunta: isso é crescimento? A mim me parece mais infantilização, pois passa-se a depender de outra pessoa em vários aspectos e se submeter à autoridade dela e à aprovação do grupo. Essa ideia de submissão e sofrimento enquanto sinônimo de responsabilidade vem na nossa mentalidade culpada e masoquista, que cultua o sacrifício como algo "adulto" e belo por mais desnecessário e idiota que seja. Assim, quem não faz sacrifícios desnecessários é considerado "criança" e quem se sacrifica à toa é visto como "adulto".
Em suma, é quela velha historinha babaca de que "num relacionamento temos que abrir mão de certas coisas em favor da boa convivência do casal" e isso seria sinal de "maturidade". E quem precisa disso? Eu pelo menos não. Prefiro ser quem sou e quem quiser que me aceite assim, sendo o que sou e fazendo o que faço (inclusive coisas "absurdas" que casal comum não faz). O que não é infantilidade alguma de minha parte - muito pelo contrário.
Num único ponto o argumento dela é coerente: quando temos sempre alguém a nos observar, inclusive nos momentos mais íntimos, temos sim a oportunidade de sermos apresentados a aspectos de nós mesmos que não podemos enxergar sozinhos. Isso é verdade. Mas também sabemos que esse "feedback de cônjuge" nunca vem de forma isenta e honesta, pois nele inclui-se a vontade dele(a) de ter seus próprios desejos, ideais e pontos de vista aceitos, respeitados e satisfeitos. Ele(a) pode até te mostrar seus "defeitos", mas só queles que ele(a) não tem e não gosta. Não me parece muito válido. Inclusive essa mesma amiga da conversa costumava ver "defeitos" em mim que nem defeitos eram, e hoje ela sabe disso - mudou seu julgamento quanto a certas características e atitudes que não aprovava em mim.
Sim, é fato que outras pessoas podem nos ajudar a crescer, mas para isso não precisamos casar com elas e nem nos submetermos a elas. Não precisa ser esposa, nem marido. Basta ser amigo e/ou amante sincero e não precisa ser só um. Isso me soa apenas como mais uma desculpa para a coleira. Ou precisamos nos limitar para "crescer"? Ninguém se torna sábio lendo apenas um livro.
No fim das contas, ainda acredito que crescemos mais sozinhos, lidando com nossa própria solidão, conflitos, crises e necessidades diversas, sem depender de outros para nada e sem ter em quem se encostar. Saber manter o equilíbrio e traçar os próprios rumos; isso sim é crescer. Enfim, saber ser livre e feliz, sem comprar consolo, aconchego e falsa segurança a preço da nossa liberdade, autonomia e coragem. Afinal, nascemos e morremos sós. Pobres daqueles que temem a solidão e por medo vendem a alma.

2 comentários:

  1. Se em um relacionamento "estável" diga-se casamento as pessoas tivessem que abrir mão de certa coisas em nome da relação, não haveriam tantas mulheres casadas com o vírus do HIV (em geral contrariam do marido que fez sexo sem preservativo) mas beleza eles são os "maduros" pilares da sociedade. Já comentei em alguma comu sua de que as garotas de programa comentam que 90% dos seus clientes são homens casados (alguns travestis tb o dizem)

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  2. É. Tem q ser bem ESTÚPIDO p/ entrar nessa acreditando que vai ser como manda a teoria.
    É a mesma coisa q deixar um cachorro esfomeado e esperar q ele não vá virar latas.
    Mas a mulherada não é tão burra qto parece. Elas sabem e dizem q homem é "vagabundo" (como se gostar de sexo fosse fraqueza de caráter). Elas apenas administram essa realidade, tentando aparentar não conhecê-la, dentro do possível. Até q elas pegam num flagra q não podem ignorar ou pior - pegam alguma doença. Daí elas vêem como custa caro essa babaquice e forçação de barra toda, a qual dedicam suas vidas.

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