Uma coisa que sempre me chamou a atenção no BR é essa coisa do "sair para beijar". Só que não se diz isso. Os comuns saem com o vago objetivo de "se divertir" mas tudo é focado na negociação e efetivação dessa meta específica.
Além desse disfarce de intenções, outros pontos sempre me perturbaram. Primeiro: grande coisa beijar - ainda mais se levarmos em conta todo a côrte que se faz às vezes. Segundo: esse moralismo classe média segundo o qual beijar vários estranhos de língua numa festa é algo aceitável, mas qualquer outra coisa é taxada como comportamento de "puta". Terceiro: o fato deles contarem vantagem só porque beijaram! Mesmo gente adulta (ainda que só na idade).
De qualquer forma, desenvolvemos uma cultura do beijo, tolinha, medíocre, conservadora e infantil. E nessa cultura, um ícone são as micaretas - aquelas enormes aglomerações grotescas de milhares de acéfalos bonitinhos, sincronizados e uniformizados pulando ao som de axé music (que nojo) enquanto se beijam desvairadamente. Nestes eventos me parece que o "xaveco" é praticamente desnecessário, e assim, beijar tornou-se tão obrigatório que gerou o seguinte fato noticiado esta semana:
Revoltado por não ter conseguido beijar ninguém em um carnaval fora de época promovido pela Prefeitura de Guararapes do Norte (230 km de Rio Branco - Acre) no último mês de maio, o estudante universitário J. C. A. ajuizou uma ação judicial bastante inusitada. Ele foi à Justiça pedir indenização porque "zerou" na micareta (...)
Apesar do ridículo e do absurdo da demanda jurídica, já era hora de alguém demonstrar um mínimo de sinceridade no universo de escamoteação sexual dos comuns e seus "entretenimentos culturais".
Sabemos que os caras entram nessa porque para eles qualquer esmola é bem-vinda, e pode progredir. Mas, e as mulheres? Me parece que beijar, para elas, supre todo o seu submisso e às vezes ausente desejo sexual e, acima de tudo, é a primeira ação que pode render um namorado, é claro. Pode ser o primeiro passinho na longa estrada que leva ao casamento. E nunca se sabe quando vai beijar o "cara certo". Daí, tem mesmo é que beijar muuuuuitos.
Não temam, pois não sou o que pareço e nem o que dizem. Toda a verdade em "SOBRE MIM". Este não é um blog de putaria, mas de reflexão, iconoclastia e libertação. É meu portal de comunicação inter-dimensional com vocês, mortais. Mesmo sem pacientes ou interlocutores, me divirto aqui, enquanto escrevo e observo a deliciosa incoerência humana. Podem entrar, deitar no divã, relaxar e até gozar, se souberem como. Bula completa em "Sobre o BLOG". Siga-nos e ganhe uma deslavagem cerebral grátis!
quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011
11 comentários:
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Esse comportamento é muito tosco! Pessoas "adultas" se vangloriando porque beijaram muitooo (grande mérito, a festa tem justamente este propósito). Ohh, me poupe! Eu acharia até engraçadinho se fosse uma festa para pessoas no INÍCIO da adolescência, porque ai vai, tem toda essa fase de descoberta, de insegurança onde ainda nem é aconselhável o início de uma vida sexual, então os beijinhos podem de fato ser novidade. Mas gente grande se conformando com isso, e contando papo achando que é o "bonzão (ou boazona)" porque passou a língua em umas dezenas de bocas, é patético!!
ResponderExcluirPior que as mulheres travadas brasileiras sinceramente se acham as super-modernas por tal comportamento..kkk, desculpa é tão ridículo que só rindo! Tenho certeza que basta o cara da vez resolver meter as mãos em certas partes dela para que a moça de família aflore em plena micareta!
Exatamente, Rosana!
ResponderExcluirSerá que é só a gente que percebe o quão ridículo isso é?
São mesmo uns coitados. Ainda mais os adultos que ainda ficam nessa de correr atrás de beijo e se vangloriar por conseguir.
Sim, as toscas brasileiras acham isso moderníssimo, mas transar ou mesmo passar a mão é "coisa de puta". QUE MODERNIDADE MARAVILHOSA! Deixaria qualquer freira medieval ou esposa de Taliban perplexa!
E o mais patético é q a gente sabe q elas não são puras, e q as "impurezas" só são praticadas daquele jeito e com aqueles propósitos que a gente bem sabe. Essa "moral" toda apenas se constitui de assexualidade e moralismo barato. Que povo deprimente e fake - especialmente as mulheres.
Visão de uma americana sobre as mulheres brasileiras:
ResponderExcluir(...) In concerns to women, many Brazilians (especially women) may be scratching their heads wondering how i could possibly find the role of women degrading here. Well i do. As an outsider, i do. I was beyond proud when the nation elected Dilma Roussef as the first female president of Brazil. But at the same time, the role and image of women in this country leaves me shaking my head. A short list: high heels, enough to permanently damage your feet for life. Hundreds and hundreds of reais on beauty and fashion even when the money is not disposable. Obsession with appearance. Obsession with impressing men. Wearing uncomfortably small clothes just to impress men; it's the wrong size, too small! no, it's suppose to look like that. Obsession with "sexy." Constantly judging out of fear of being judged. For a while i would just smile and gawk at the idea of a "beautiful" culture, but then when you think why do they do it when there are so many negatives to it, you start to realize it is for a male pleasing society. Cultural? Your bikini is cultural? Cultural for the past 50 years you mean. Who set the culture? Whose culture are you following? You like it, fine. But for what reasons? After a while, i really fail to see how nail polish is culture.
Above all the superficial "cultural" pressures put on women, the one i cannot forgive is elective cesarean section. Brazil continues to be the nation with the highest (30 percent) rate of c-section births in the world. The vast majority are performed in private hospitals. 70-93 percent of births in private hospitals are c-section. Private meaning money. This, of course is only according the the World Health Organization. Is it yet another way to distinguish the top economic class from the other or is it something else? In studies (conducted by Brazilians) when women are questioned as to why they elected to have a c-section (as in it was not necessary), the answers of avoiding pain and remaining sexually desirable to men were the most common answers (as well as bullying from doctors). The "idea" of the Brazilian woman is fierce, but in reality she is labeled as a visually appealing man-pleaser. The pressure placed on women to be attractive and sexually desirable can even trump reproductive and maternal instincts (for those who choose elective cesarean). Unacceptable and utterly disrespectful to the many women who must undergo a c-section in situations of life and death. Cesarean surgery was created for one reason; to be used in emergency situations.
(...) Brazilians in general are also oversensitive, submissive, unquestioning, sexist, divided, reckless (in terms of driving), undereducated and oversensitive, oh wait, did i already say that? This is, of course, merely my generalization, feel free to disagree. (...)
Fonte: http://saltycod.blogspot.com/
A americana esqueceu de citar que o Brasil é um dos campões do mundo em cirurgias plásticas e em consumo de anorexígenos (e certamente a maioria das pessoas que se submetem a estas cirurgias e tratamento são mulheres.)
ResponderExcluirTrabalho em drogaria e é incrívellllllllllll como depois do carnaval ou ano novo as pessoas compram creme aciclovir (indicado para herpes labial) chegar a faltar em algumas filiais (em especial em bairros mais pobres) ahhh nestas ocasiões o pessoal compra bastante pílula do dia seguinte também.
Então o negócio da herpes não é apenas retórica hehehe!
ResponderExcluirUma mulher "ocidental" jamais vai entender essa mentalidade e atitude submissas das brasileiras e latinas em geral, fazendo todo esse esforço para agradar os homens (e não por tesão). Elas devem ver as brasileiras mais ou menos como as brasileiras (que se acham livres e modernas) vêem as muçulmanas de burka.
Hehehe, Luciano, nada melhor que ter a visão de quem está do outro lado do balcão.
ResponderExcluirConcordo com o texto, exceto pela crítica às cesarianas. Eu fico mais que impressionada, acho que chega a ser indignada mesmo, em ver como as mulheres brasileiras são escravas. sim, ESCRAVAS. Nossa mexe de verdade com a minha cabeça. Não se valorizam nem um pouquinho assim. Chega a ser paradoxal, se colocam como mercadoria que pagam o preço que for para serem aprovadas e compradas por um consumidor de quinta categoria (sim, a gente mete o pau nas mulheres, mas os homens daqui também são uns bostas! Aliás para mim homem que se satisfaz com beijinhos na boca no mínimo tem um testículo a menos.)
Sabe, vejo a mulherada se acabando na academia porque se acham uma baleia pq tem uma gordurinha microscópica na cintura, e assim o "príncipe" não aceita (se fosse assim eu estaria ferrada), gastando rios de dinheiro para montar o figurino para ir em um lixo de balada, lutando contra a própria natureza querendo ter cabelo escorrido quando corre na veia sangue de negro, e o mais grave de tudo, tendo que manter a pose de moça de família negando a sexualidade, ahhh me mata!
Olha, eu não vou dizer que sou um exemplo de modernidade, mas as vezes eu paro e fico observando as mulheres em diferentes ambientes, com comportamentos tão padronizados e opressores, sem nem perceberem, e isso sinceramente me desperta um sentimento de piedade. Eu lamento tanto. :(
Verdade Rosana... são extremamente submissas, se colocam elas mesmas como objetos e depois reclama, qdo são tratadas como tal. Sim, os brasileiros são tão toscos qto e eles todos se merecem. Mas as mulheres são mais ridículas ainda, como vc mesma lembrou, por se submetem a quem já é tosco.
ResponderExcluirElas realmente fazem de tudo e gastam tudo o q têm p/ agradar aos senhores toscões.
Qto à questão da modernidade, nem precisamos analisar desse modo. Ninguém precisa ser "moderno". Basta não ser submisso. Isso é o q as mulheres não são em culturas mais desenvolvidas. Daí os bobinhos atrasados é q as chamam de "modernas" sendo q nem é este o ponto.
Este video mostra bem a diferença de mentalidade entre mulheres latinas e "ocidentais". Vejam só o posicionamento dessa garotinha de 5 anos. Se ela foi incfluenciada ou não, não faz diferença, pois se foi, tá mais do q certo. E se não foi, só mostra como a dignidade já está se tornou uma coisa "genética" no hemisfério norte.
ResponderExcluirhttp://www.youtube.com/watch?v=0rbMHLDY1pA
Hahaha..que gracinha. É isso ai garotinha! Esse é o espírito!
ResponderExcluirAi se todas as pessoas pensassem assim, poderíamos ter relacionamentos de verdade, e não simples troca de interesses.
Se bem que ainda assim, a pessoa pode ter uma formação maravilhosa, o emprego dos sonhos, enfim, ser realizada profissionalmente e com independência financeira, mas se sentir obrigada a se encaixar no modelo de relação vigente, além de ser emocionalmente instável.
ResponderExcluirEsse quadrinho brinca com essa problemática:
http://4.bp.blogspot.com/_xdOB4pb78LM/SvrUPgVxcBI/AAAAAAAAAyQ/AtMC69MtGUw/s1600-h/1.jpg
Realmente, buscar a independencia financeira eh apenas meio caminho em direcao a libertacao. Falta ainda se libertar do paradigma do casamento. Mas deste nem os homens estao livres.
ResponderExcluirEssa garotinha jah entendeu a ideia de q uma mulher financeiramente independente nao precisa se submeter a um homem, mas ela ainda acredita que precisa casar, assim como quase todo mundo.
Esse paradigma eu nao espero ver cair enqto eu viver, infelizmente. Soh mesmo a destruicao da cultura humana "civilizada" como a conhecemos poderia apagar certos paradigmas, mas isso nao vai acontecer sem uma hecatombe universal.