Não temam, pois não sou o que pareço e nem o que dizem. Toda a verdade em "SOBRE MIM". Este não é um blog de putaria, mas de reflexão, iconoclastia e libertação. É meu portal de comunicação inter-dimensional com vocês, mortais. Mesmo sem pacientes ou interlocutores, me divirto aqui, enquanto escrevo e observo a deliciosa incoerência humana. Podem entrar, deitar no divã, relaxar e até gozar, se souberem como. Bula completa em "Sobre o BLOG". Siga-nos e ganhe uma deslavagem cerebral grátis!

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

As bases dos conselhos do povo

Você precisa casar, ter "uma fé", ir para a igreja, achar a "pessoa certa" para você, ter filhos, ter sua casa, emprego "fixo", "sossegar"... quem nunca ouviu no mínimo uns 3 desses conselhos? E eles quase sempre vem de pessoas que gostam de você; e explicam intromissão com "só quero seu bem / que você seja feliz". E podemos até acreditar. Mas aí entra a questão fundamental e muito irônica da história toda: o que faz parecer que você não é feliz, está sofrendo ou mesmo que é menos feliz do que o/a aconselhante?
Via de regra, NADA! Hahaha! Geralmente, pessoas que frequentam igrejas têm muito mais problemas do que as que nem passam na porta. Homens frustrados são geralmente os casados (mulheres não aparentam sê-lo, e isso é devido a fatores ideológicos: as casadas precisam esconder sua frustração). Pessoas sem filhos também costumam curtir muito mais a vida do que os proletários. Claro que cada caso é um caso e existem miseráveis e amargurados em todas as situações mas, de modo geral, as pessoas que recebem este tipo específico de conselho quase sempre estão em melhor situação do que as que os dão. Engraçado, não é mesmo?
Isso nos remete à necessidade de sempre analisarmos nossos sistemas de valores e o modo como eles nos levam a criar julgamentos equivocados e basearmos neles nossas ações e discurso. A ponto de às vezes gerarmos situações surreais e cômicas, onde apenas queremos que os outros sejam como nós. Eu mesmo considerava que pessoas sem estabilidade financeira não eram felizes, mas já revi essa impressão, depois de conhecer gente que não faz o menor esforço em atingi-la. Supus então que estavam bem assim. Dai fiz o mesmo por algum tempo e não foi nada ruim. Também sou defensor convicto da liberdade sexual e afetiva (contra as regrinhas e proibições ridículas dos casaizinhos), mas não saio por aí aconselhando as pessoas a fazer o mesmo, pois isso é para quem pode - não é para qualquer um. O problema é que pessoas que professam valores dogmáticos, mais unânimes e incidentes na sociedade não conseguem enxergar a relatividade da situação. Fica tudo muito absoluto e óbvio, a ponto de nunca merecer nenhuma reflexão ou questionamento, pois "todo mundo" diz e faz a mesma coisa, e "ninguém" discorda ou ousa não fazer! Até as novelas e filmes sempre mostram que quem tenta fazer diferente se arrepende no final, e quem faz igualzinho vive feliz para sempre (só porque casaram). Daí, realmente, fica difícil raciocinar. Além de ser praticamente proibido.
Este é o efeito da lavagem cerebral a nós imposta pelo sistema burguês de valores, e é preciso estar sempre consciente e vigilante contra ele. Eu, pelo menos, em meus milhões de anos, já aprendi que, na realidade, os "coitados" podem estar em bem melhor situação do que os "afortunados". E os loucos podem ser os mais felizes dentre todos nós.

4 comentários:

  1. Pois é, todo mundo tem seus dias, ou fase, de mal-humor ou de tensão. Se a pessoa em questão já tiver cumprido todos os ritos da cartilha da vida (ser religioso, casado, filhos, emprego estável, etc) passa-se a procurar o motivo do mal-estar, ou então nem isso, assume-se que é uma má fase que vai passar porque deus e a família estão ali para ajudar.

    Se pelo contrário, a pessoa não professa este padrão de comportamento, pronto, o diagnóstico é rápido e rasteiro: falta homem (mulher se for o caso), falta filho, falta deus... Ou seja existe os pressupostos mínimos para uma vida feliz.

    Um paralelo bem simples é de um doente fumante e não-fumante. Se fuma a causa de muitas doenças já vai estar explicada, agora se não fuma vai ser mais trabalhoso diagnosticar o problema. Então porque simplificar logo de cara se existem outras possibilidades?

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  2. Isso com certeza. Dá p/ traçar vários paralelos... Por exemplo, outro:
    Qdo jovens americanos atiram em colegas na escola a culpa é de quem?
    Do Marylin Manson, é claro.
    Pq eles fizeram isso?
    Pq são "góticos", é claro.(e nem são hahaha)
    Assim, todos o lixo vai prá debaixo do tapete.

    Um jeito dos comuns se sentirem menos fudidos tb é olharem p/ eles mesmo e poderem dizer q fizeram tudo direitinho. Serve como consolo, pois assim mesmo se fuderam, então não há nada mais ou diferente a se fazer (mentira é claro mas funciona pelo menos de fachada).

    Outro ponto q vale lembrar: alguns conselhos são malignos: querem q vc vá se ferrar no mesmo buraco deles, p/ não se sentirem inferiores (ou mais burros) do q vc.

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  3. Odeio essa ditadura que a sociedade impõe, de você ser, ter e parecer alguma coisa para ser aceito. Ora, desde quando isso é liberdade?
    A mesma receita de felicidade para uns pode não servir para muitos.
    Muito boa reflexão.

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  4. A receita, na verdade, é de conformidade.
    Isso pq a maioria já desistiu de buscar a felicidade, ou nunca a buscou. É mais seguro ser escravo.

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