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quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Sucesso no amor

Muitas coisas são tão determinadas pela nossa cultura que chega a ser absurdo, ou mesmo pecaminoso ou insano questioná-las. A existência de Deus, por exemplo.
Mas eu conheço uma outra, mais singela, despercebida e ainda mais inquestionável, que é o conceito de "sucesso no amor", extremamente "martelado" nas mentes das pessoas, praticamente o tempo todo, de forma sutil ou não, tácita ou expressamente, em conversas, sonhos, aspirações, filmes, livros, poesias, música, etc.
Como todos sabem, e eu nem precisaria dizer aqui, sucesso no amor ocorre quando se conhece "aquela" pessoa que você vai amar e pela qual será amado de forma sincera, verdadeira, eterna, total e absoluta. Aquela pessoa que mesmo não sendo perfeita, é o melhor "match" para você. Aquela com quem você vai ter umas briguinhas de vez em quando, mas sem nunca perder a certeza de que vocês foram feitos um para o outro. Clichés são o que não falta nesta idealização romântica e burguesa do amor e do casamento.
Continuando, o sucesso no amor viria para terminar uma fase de busca e desencontros na vida dos indivíduos e, ao alcançá-lo, eles imaginam que vão estar sempre satisfeitos e essa situação de conforto e felicidade será imutável, mantendo-as no dentro do casal-casulo para sempre, e é o que acaba acontecendo, ainda que a satisfação e a felicidade sejam bem menores do que o sonhado, porque além de ser cansativo começar tudo de novo outra vez, depois de muito tempo amarradas, as pessoas se esquecem de como é ser elas mesmas, indivíduos, e continuar "empurrando com a barriga" lhes parece melhor negócio do que abdicar do status de casal, que se tornou um meio de vida.
Mas, por que diabos se condenar a passar o resto da vida com apenas uma pessoa (ainda que num bom relacionamento) seria a coisa mais desejável nesta vida?
Não seria muito mais interessante continuar se relacionando, conhecendo mais pessoas, aprendendo mais sobre elas e nós mesmos, com a diversidade e a mudança? Não seria mais agradável arejarmos nosso círculo mais íntimo às vezes, trazendo a ele elementos novos, que oferecem outras possibilidades, desafios, encantos, seduções, e mesmo problemas diferentes?
E que tal, além dessa diversidade e renovação, ainda podermos ter diferentes tipos de relacionamento ao mesmo tempo, dependendo do que cada pessoa nos oferece e quer de nós? As chances de satisfação, aprendizado, desenvolvimento pessoal, diversão, prazer, paixão e tesão pela vida não seriam muito maiores?
A resposta é sim. Claro que SIM!
Mas nós nos negamos a sequer vislumbrar tal coisa, pois somos muito formatados por modelos culturais e incapacitados de raciocinar e agir num sentido mais inteligente e sensato. A escravidão ideológica é por demais dominante e os castigos sociais por demais amedrontadores. Isso sem falar no sentimento de derrota já programado como uma bomba-relógio de angústia e medo na mente das pessoas, pronta a explodir quando elas não conseguem atingir os modelos impostos, se auto-declarando infelizes e miseráveis.
De minha parte, me sinto muito bem-sucedido no amor. E por quê? Porque não sou casado, não encontrei minha alma-gêmea, sei que nunca vou encontrá-la e nem quero. Só uma? Prefiro nenhuma, pois não vou abdicar da humanidade e receber em troca apenas um indivíduo e todas as suas limitações, que apenas se somariam às minhas e tal mistura seria nossa prisão eterna. Sei que não vou envelhecer acasalado com apenas uma pessoa, partilhando cada dia da minha vida com ela, que não serei de ninguém e nem terei alguém minha/meu. E sei que por tudo isso, sempre serei livre, não terei medo da solidão e sempre encontrarei pessoas que me desejam e que serão desejadas por mim - a maioria levada pelas más-intenções inocentes do romantismo e uma pequena parcela mais consciente, que não vai querer me aprisionar, com a qual eu me relacionarei de forma mais profunda e integral.
Sim, só por isso eu sou feliz. Absurdo, não? Eu só posso estar mentindo ou doente. Só que na verdade estou apenas sendo sincero. Mas é claro... não é surpresa eu pensar e escrever tanto disparate. Eu sou um demônio. Vejam só. Tinha até me esquecido! Hahaha!

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