É uma constante facilmente observável no triste universo monogâmico.
Muitos homens ficam casados ou namorando uma mulher apenas, e praticamente fiéis, durante muitos anos, em nome da boa e velha comodidade, que significa aquele sexozinho fácil e sem graça que serve para relaxar as tensões do dia-a-dia e também uma companheira para compartilhar angústias, decepções e obrigações práticas da vida comum, como cuidar da casa e mesmo pagar contas. O mais deprimente é que muitos desses casaizinhos se formam já na pós-adolescência, para durar a vida toda. No caso das mulheres, sabemos que muitas (nesses casos de casais altamente estáveis) só tiveram um homem na vida - o atual. E, algumas vezes, o mesmo vale para os caras! Tem como ser mais patético?
Ao longo de todo esse tempo de vida conjugal, os níveis de testosterona caem, a libido se embota, a rotina traz o tédio, e ele se sente enjoado, ao mesmo tempo em que se encontra numa dependência mórbida do cônjuge. Sim, há traiçõezinhas aqui e alí, chegando ou não às vias de fato, mas que não conseguem tirar o indivíduo da miséria imposta a ele pelos deveres de encoleirado, pois sempre há tensão e culpa como únicas alternativas ao tédio.
Até que, enfim, ele se liberta. Toma coragem para acabar com essa situação, pois nota que está envelhecendo e precisa tirar mais proveito da vida, pelo menos enquanto ainda consegue ter ereções totais (quando olha para outras mulheres).
O que ocorre então é uma corrida pelo sexo oposto. Eles querem tirar o atraso de tudo que não viveram em décadas, querem transar, flertar, se apaixonar, "zoar". Agora podem se aproximar de outras mulheres sem pudor, sem disfarce e sem medo de serem descobertos, pêgos com a "boca na botija" e repreendidos como criancinhas mal-comportadas. Agora tudo é lícito e permitido.
Chega a ser engraçado vê-los se comportando como colegiais, como garotinhos numa loja de brinquedos. Mas, como tudo na vida comum acaba de forma deprimente, esse "esporro" de liberdade e honestidade também acaba logo. Depois de tanto tempo subjugados, eles não conseguem ser machos livres por muito tempo. Logo se cansam, perdem o ímpeto, sentem falta do "porto seguro", do ombro amigo, se sentem sós, vulneráveis e desesperados. Como a história acaba, acho que todos nós sabemos: é voltar para a "ex", que agora vai ser mais desconfiada, vingativa e manipuladora ainda, ou encontrar outra parecida (ou de classificação inferior) e voltar para a mesma situação de aprisionamento e insatisfação de antes da "aventura". Daí, desacreditados perante eles mesmos, agora é pendurar a chuteira e esperar a morte chegar.
Quando você vir um macho liberto por aí, vivaz como um potrinho, não dê risada ou critique, apesar do ridículo. Saiba que ele é um coitado tentando se sentir homem novamente, e isso provavelmente vai durar pouco. Não satirize. Apoie, por caridade. Gente comum sofre. Ajude-os a ser livres, ainda que por apenas uma semana ou um mês. Sim, foi isso mesmo que eu disse. Quem disse que demônios não têm compaixão?
Não temam, pois não sou o que pareço e nem o que dizem. Toda a verdade em "SOBRE MIM". Este não é um blog de putaria, mas de reflexão, iconoclastia e libertação. É meu portal de comunicação inter-dimensional com vocês, mortais. Mesmo sem pacientes ou interlocutores, me divirto aqui, enquanto escrevo e observo a deliciosa incoerência humana. Podem entrar, deitar no divã, relaxar e até gozar, se souberem como. Bula completa em "Sobre o BLOG". Siga-nos e ganhe uma deslavagem cerebral grátis!
domingo, 26 de dezembro de 2010
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