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quinta-feira, 18 de julho de 2013

Filhos, sexo e imagem

O fato da maternidade ser o tiro de misericórdia na sexualidade do comum já é mais do que conhecido - apesar de devidamente ignorado. Basta checar a literatura médica ou perguntar pro seu amigo comum que é casado e pai. O negócio piora.

Não apenas por ser um paradigma, a paternidade acaba sendo a única coisa que resta fazer, depois que o comum passou por todas as "fases e momentos" que ele considera obrigatórios na vida. Já se formou, "curtiu" um pouco (como eles dizem), namorou, comprou seu carro, casa, encontrou a tal "pessoa certa", noivou (ou não) e se casou (ou não) com direito a todas aquelas cafonices horríveis. Mas, de qualquer forma, ele está preso naquele regime monogâmico onde o sexo se torna  algo burocrático, sem graça, pouco excitante, e cada vez menos frequente - o que é natural nessa situação. Com todos os outros aspectos da vida indo mais ou menos do mesmo jeito, qual é a última, única e definitiva coisa a se fazer? Procriar, é claro.

E no que isso implica? Fora as consequências práticas e financeiras, que todos já sabem, há uma outras mudança muito mais radicais: o fim do sexo e a perda da identidade. Quanto ao sexo, sabemos que nem sempre acaba de vez, mas é aquela coisa... filhos deixam ainda menos energia, tempo, oportunidade e desejo, enquanto dão muito mais justificativas para não se trepar. E a perda de identidade? Não sei se já notaram, mas toda a vida dos pais passa a girar em torno da prole, mesmo em aspectos desnecessários. Há um exagero proposital que é visto como virtude. O Pedro e a Raquel deixam de ser eles mesmos, para serem os pais do Marquinho e da Carol, que passam a ser seu assunto preferido e toda a razão de seu viver - ainda que reclamem disso mas, como sabemos, eles não têm mais nada a fazer mesmo, a não ser trabalhar e se esmerar para melhor exererem a glória da paternidade numa sociedade burguesa.

Algo interessante: em tempos de midia social, que se tornou o espelho da alma dos comuns, há um detalhe que não passa desapercebido, que é o fato de pais colocarem fotos dos filhos ou da família reunida como avatar de seus perfis. Antes, eles tinham fotos de casal, mostrando que eram bem-sucedidos no amor. Após a paternidade, eles têm que refletir o sucesso maior, que é serem bem-sucedidos como família. Mas, na verdade, o que isso denuncia é a perda de personalidade e individualidade, em nome do paradigma. Eu noto que norte-americanos abraçam isso ainda mais do que latinos, pois são muito mais castrados. Entretanto, muitos latinos também nos dão esse "recibo" no facebook. Na verdade, muitos preferem usar apenas as fotos das crianças, num total nonsense. Daí temos o retrato de uma pessoa "feliz e realizada": aquela que se escraviza, perde sua individualidade e não trepa. Mas sai bem em fotos.


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