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sábado, 13 de outubro de 2012

Sobre a perversão

Gente comum, limitada, castrada e moralista taxa tudo que sai do "normal" como "perversão". Mas essa tal "perversão" geralmente nada mais é do que livre expressão sexual entre adultos e com consentimento. Entretanto, há sim, um tipo de "perversão" que é grave, pois é violento e traumático, quase sempre tendo crianças ou outros sujeitos  vulneráveis como vítimas. Sim, estamos falando de pedofilia, estupro e congêneres. No mundo desenvolvido, notícias sobre esses casos abundam diariamente, todos se revoltam, mas fazem questão de ignorar um ponto fundamental: há psicopatas que nasceram assim e há muitos outros que se tornaram psicopatas (ou simplesmente pessoas cruéis) pela repressão sexual (ou também abusos) a que foram submetidos desde a infância, geralmente pelas próprias famílias, igrejas e outros, pela doutrinação religiosa e puritana e depois, na vida adulta, pela monogamia, os tais "valores familiares" (ditadura da família), a cultura casal e os castrantes ideais românticos. As pessoas crescem e vivem oprimidas sexualmente, com suas necessidades ignoradas, estigmatizadas e condenadas como instintos animalescos, vergonhosos e sujos, que precisam ser freados, negados, por serem indignos e ofensivos à dignidade humana, das famílias, da sociedade ou "da mulher" (pois foi decidido e imposto que mulher não pode gostar de sexo por sexo e precisa negá-lo para ser digna). São seres humanos condenados e/ou resignados a passar fome sexual e submeter toda sua libido às regras desumanas ditadas por uma cultura e uma sociedade doente. Apesar de causas antigas, profundamente enraizadas na cultura de tais povos, temos também o relativamente novo feminismo falofóbico norte-americano como agravante de todo o problema da negação sexual. E sabemos que, quando um instinto tão forte é bloqueado, ele acaba explodindo - muitas vezes de forma patológica ou criminosa.

Resultado? Marmanjos reprimidos querendo comer garotinhos impúberes, outros sequestrando, violentando e matando menininhas de 5 anos de idade. Isso acontece demais e todos fazem questão de simplesmente acusar os criminosos de "monstros", como se pertencessem a alguma espécie de predadores alienígenas. E são mesmo monstros, mas são "gente nossa", criados por uma moral e uma sociedade que preferem negar o sexo do que arcar com as consequências de tal negação - que não são apenas aquelas relacionadas a crimes sexuais, mas também à infelicidade do cidadão comum e obediente às leis, pois são quase todos carentes!

Nos pobres trópicos, a coisa é um tanto diferente. Muitos crimes sexuais não são contabilizados ou nem considerados como crimes, pois somos mais machistas, truculentos, corruptos e permissivos. Mas isso não significa que o problema seja menor - é apenas menos visível e impactante, mas está lá - apenas melhor disfarçado. O moralismo, a hipocrisia, a opressão e a exploração do ser humano por ele mesmo imperam em todas as culturas, apenas de forma diferenciada.

Solução? Uma postura realmente humanista, sem moralismo, nojo e nem medo do sexo, que o inclua no rol de necessidades humanas dignas, naturais e saudáveis, e não como mero acessório da vidinha casal e família, para procriação e romantismo, dentro dos estritos e patológicos limites ditados pela nossa cultura medieval e nossa estrutura social proletária, fora dos quais ele se torna "perversão" ou algo "desrespeitoso". Só mesmo quando o sexo deixar de ser estigmatizado e as pessoas forem realmente livres (e não apenas se dizendo livres) para viver sua sexualidade de forma saudável, sem paradigmas, hipocrisia e culpa, estaremos livres da perversão endêmica causada pelo moralismo. Daí sim, os poucos casos de violência terão sido causados realmente por mostros alienígenas ou doentes mentais crônicos. Mas chegaremos lá? Enquanto houver uma sociedade pautada pelo capitalismo, a ideologia e os valores da classe média - além da religião, a resposta é não. Até lá, continuem castrando suas crianças, e as protejam de outros castrados mais velhos que perderam o controle. Realmente assustador.


Um comentário:

  1. Senão me engano, é do célebre Marquês de Sade a frase que diz que 'pobre do homem cujos prazeres dependem da permissão de outrem'.

    Parece que ele já previa...

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